“O filme tem muita afinidade com a Logosofia, que estou estudando, uma vez que busca entender como funciona nossa mente. Além do mais, esta animação é excelente para que os adultos façam uma reflexão sobre suas atitudes e comportamentos”. A observação é do engenheiro Peter Lamers que apresentou, na quarta-feira (10), no Cineclube Goitacá, “Divertida Mente”, dirigido por Pete Docter, vencedor do Oscar de Melhor Filme de Animação em 2016. Nele são abordados cinco emoções: alegria, tristeza, raiva, medo e nojo.

Lembrou, ainda, que o filme destaca a importância da família e o cuidado na criação dos filhos. “Aliás, a valorização da família é uma marca da Disney, produtora do filme. A narrativa é bem conduzida ao mostrar a vida de uma menina que deixa o interior (Minnesota) dos Estados Unidos para ir morar numa metrópole (San Francisco). Enfim, é um filme que faz pensar e provoca muitas reflexões”, destacou. Para o professor e pesquisador cultural, Marcelo Sampaio, o filme peca, às vezes, “ao chegar próximo do tom de autoajuda. A insistência no certo e errado também me incomoda. Mas, contudo, não posso negar as qualidades”.

O roteiro de “Divertida Mende” é traduzido cuidadosamente em formas, cores e texturas. As memórias especiais levam a grandes parques-temáticos, como a Terra da Amizade, a Terra da Família e a Terra do Hóquei. Outras lembranças são guardadas em bolas de gude coloridas, que correm por canaletas de máquinas de pina. Uma acertada combinação de design e roteiro, que materializa conceitos como o subconsciente (uma grande caverna povoada por medos e outros fatos bem guardados), desejo (um mundo de nuvens e doces com uma fábrica de paixonites pré-adolescentes), sonhos (com uma produção de esquetes ao vivo), e até mesmo o esquecimento (um grande vazio que absorve as memórias, ou bolas de gude, que não são mais usadas).