Parte expressiva da crítica tem elogiado o filme “Nasce uma Estrela”, que entra em cartaz nesta quarta-feira (11) nos cinemas de Campos dos Goytacazes. Devemos lembrar que alguns contos são atemporais e continuam atuais e urgentes, independente da década em que se passam. São poucos os casos, e “Nasce uma Estrela” definitivamente é um deles.
A história foi contada pela primeira vez nos cinemas no clássico estrelado por Janet Gaynor em 1937, e logo virou um cult instantâneo. Depois, teve um remake protagonizado por Judy Garland em 1954. A última versão, e mais conhecida, trouxe a icônica Barbra Streisand como protagonista em 1977 e é tida como a versão preferida de muitos fãs. Até agora.
A história de “Nasce uma Estrela” é recontada pela quarta vez, e está mais atual do que nunca. Temos musas pop surgindo o tempo todo, mas poucas ascendem ao posto de “estrelas”. É um mundo extremamente competitivo e cruel, e são poucas as “divas” que conquistam o público e não são sucumbidas pela fama se jogando nas drogas ou no álcool.
Dirigida e estrelada por Bradley Cooper, quatro vezes indicado ao Oscar, a nova versão de “Nasce uma Estrela” tem toques de filme indie ao mesmo tempo em que é um grande blockbuster. O motivo? A presença da premiada Lady Gaga, que recebeu sua indicação ao Oscar pela música “Til It Happens to You”, do filme “The Hunting Ground”.
Após estrelar “American Horror Story”, a estrela da música se destaca em seu primeiro papel como protagonista em um longa-metragem e com grandes chances de levar uma indicação ao Oscar de Melhor Atriz.
Nesta releitura da trágica história de amor, Cooper interpreta o experiente músico Jackson Maine, que descobre a artista desconhecida Ally (Gaga), por quem se apaixona. Ela está prestes a desistir de seu sonho de se tornar uma cantora de sucesso... Até que Jack a convence a mudar de ideia. Porém, apesar de a carreira de Ally decolar, o relacionamento pessoal entre os dois começa a desandar, à medida que Jack luta contra seus próprios demônios.
Embalado por canções sensacionais e emotivas compostas por Gaga, Cooper e vários outros artistas, “Nasce uma Estrela” é um drama musical que consegue fazer cantar, rir e chorar. Ele capta a excessiva das versões anteriores e atualiza para os dias de hoje com louvor, mostrando os revés da fama e como é difícil sobreviver no mundo “glamuroso” das estrelas.
Bradley Cooper estreia como diretor, e entrega um filme transcendente e espetacular. É um trabalho irretocável, com jogos de câmera profissionais, uma fotografia estonteante e cenas memoráveis, mesclando com ritmo os shows frenéticos com as cenas dramáticas. Além de dirigir, ele está em sua melhor atuação. É incrível ver como o ator se transforma, sempre com uma fala arrastada e totalmente diferente dos personagens que já interpretou. Vê-lo em tela é ao mesmo tempo encantador e desesperador, dada a carga dramática que seu personagem tem. Lady Gaga renasce como uma estrela. Diva da música, ela demonstra um potencial arrasador em sua atuação, demonstrando ser também uma grande atriz. Ela se despe da cantora para entregar uma personagem mais humana, sem maquiagem, com seu cabelo natural. Sua transformação para o filme é notória, e é muito interessante ver uma “estrela” interpretando tão fielmente uma mulher se transformando em uma “estrela”. A cantora traz toda sua bagagem para construir sua personagem, e faz isso com louvor.
Todas as canções são originais e foram gravadas ao vivo, o que dá ainda mais veracidade para as cenas e a atuação da dupla, que demonstra uma ótima química em tela.
O único defeito do filme está no roteiro, que não se aprofunda muito nas motivações da personagem de Gaga, mas é compreensível visto que o destaque do filme se concentra na jornada desesperadora do personagem de Cooper, Jackson Maine.
“Nasce uma Estrela” é Hollywood em sua melhor forma, trazendo uma crítica à própria indústria das celebridades. O filme, por certo, atrairá um público expressivo na sua passagem por telas campistas.
Também estreiam nesta quarta-feira “Tudo por um Pop Star”, “Cinderela e o Príncipe Secreto” e “Goosebunps 2: Halloween Assombrado”. Permanecem em exibição “Venom” e “Pé Pequeno”. (A.N.) (C.C.F.)