As memórias de Bruce Dickinson do primeiro Rock in Rio, de 1985, quando o Iron Maiden tocou logo antes do histórico show do Queen no Maracanã: “Havia mais gente do que eu jamais vi em um só lugar em toda a minha vida. Era uma atmosfera de um pouquinho de caos, talvez não tão organizado quanto a maioria dos festivais, mas isso o tornou melhor. Porque todo mundo estava tão entusiasmado e tão maluco que as coisas estavam acontecendo. Foi um momento fantástico”.
Trinta e quatro anos depois (e com duas passagens pelo festival nesse meio tempo), o Iron Maiden volta ao Rock in Rio como headliner do “dia do metal” na edição de 2019 do evento no Rio de Janeiro. Scorpions, Megadeth e Sepultura completam o line-up do dia 4 de outubro de 2019 no Palco Mundo.
O Rock in Rio 2019 está marcado para os dias 27, 28 e 29 de setembro e 3, 4, 5 e 6 de outubro de 2019, na Cidade do Rock, na Barra da Tijuca (Parque Olímpico). O festival também anunciou a primeira atração do novo Espaço Favela: a banda Canto Cego, formada na Favela da Maré.
No festival em 2017, apesar da presença de algumas bandas e artistas do gênero, como Alice Cooper, não houve um dia inteiro dedicado ao estilo, tradição que retorna agora.
Tradição que também faz parte da história do Iron Maiden — o “caso de amor” com o Brasil começou naquele 11 de janeiro de 1985, segundo Dickinson. Quando a banda voltou ao festival, em 2001, eles gravaram um disco ao vivo, Rock in Rio, dirigido pelo baixista e líder da banda Steve Harris. Havia ali 250 mil pessoas, centenas de milhões viram o show pela TV, e ele virou o primeiro DVD ao vivo da banda.
“É um dos nossos melhores álbuns ao vivo”, referenda Dickinson. “Eu lembro do show, foi uma performance muito boa, e no fim eu estava praticamente esgotado. Passei três dias no hotel antes, me preparando. Foi um dos grandes para mim também porque eu estava voltando à banda”.
Em 2013, o Iron Maiden voltou ao cartaz do Rock in Rio, dividido naquele ano com estrelas do pop como Beyoncé e Justin Timberlake. Não que isso assuste Bruce Dickinson e sua turma de alguma forma. “Nós somos um grupo grande o suficiente para fazer frente a qualquer grupo pop do mundo”, diz, num tom conciliador.
O Iron traz agora ao Rock in Rio “o maior show que já fizemos”, diz o vocalista. A Legacy Of The Beast Tour teve sua primeira parcela entre maio e agosto deste ano, na Europa, e é inspirada no jogo para dispositivos móveis de mesmo nome.
Em 17 datas pelo Velho Continente, a turnê arrecadou US$ 28 milhões, segundo dados recentes da Billboard. O show mistura clássicos dos anos 1980 com músicas mais recentes. Algumas das canções mais executadas na turnê são Aces High, Where Eagles Dare, The Clansman, Sign of the Cross e Flight of Icarus. (A.N.)