“É um filme muito tocante e que causa reflexões”. O comentário é do psicanalista e ator Luiz Fernando Sardinha, que fala sobre a comédia dramática “Truman” (2015), do diretor Cesc Gay, que será apresentada nesta quarta-feira (3) à noite no Cineclube Goitacá. Sardinha apresentará a obra a partir das 19h, na sala 507 do edifício Medical Center, localizado na esquina da rua Conselheiro Otaviano com a rua Treze de Maio, no Centro de Campos. A entrada é gratuita.

Na trama, dois amigos de infância, Julian (Ricardo Darín) e Thomas (Javier Cámara), se encontram depois de muitos anos. Thomas está fazendo uma visita surpresa a Julian, um ator argentino radicado em Madrid, que lutava contra um câncer e recebe a notícia de que a doença se espalhou por todo o corpo. Sem perspectiva de cura, ele decide interromper o tratamento e aguardar pela morte.

Após a chegada de Thomas, que mora no Canadá, eles lembram dos velhos tempos e grande amizade que se manteve com os anos. Em meio a isso, Thomas tenta convencer o amigo a continuar lutando contra a doença. Porém, sem muita abertura, ele acaba convencido a aproveitar o curto tempo que eles têm juntos para matar a saudade e também se despedir.

Luiz Fernando Sardinha explicou que, como costuma fazer em suas apresentações, escolheu um filme que leve aos cineclubistas mensagens importantes e reflexões.

— Gosto de exibir obras que tenham destaque nesse sentido. Sempre há ótimos debates depois das sessões. “Truman” é um filme muito interessante, embora trate de um assunto que assusta a muitos, que é a morte. O longa-metragem com certeza proporcionará bastante conversa entre o público, por abordar um assunto tão sério — disse.

A crítica destaca a direção de Cesc Gay e a atuação de Ricardo Darín. O ator e o diretor já haviam trabalhado juntos em “O Que os Homens Falam” (“Una Pistola en Cada Mano”, 2014). Sardinha concorda, ressaltando os trabalhos de Gay e, principalmente, de Darín.

— O filme é muito bem feito. E Darín tem uma atuação primorosa — comentou.

O apresentador da noite ainda falou sobre os momentos de humor no filme.

— É uma ótima comédia dramática. Apesar de o assunto ser trágico, uma pessoa com uma doença terminal, há cenas cômicas e muito bem feitas. É um filme bem interessante também nesse sentido.

Sardinha explicou que Truman, na realidade, é o nome do cachorro de Julian.

— Em meio a toda a problemática da doença, o personagem de Ricardo Darín tenta encontrar um lar para Truman, seu cachorro, que já está velho, mas de quem ele gosta muito. Ele tenta várias coisas, inclusive anunciar o cão no jornal, deixando, depois, o animal com uma família por uma semana para verificar se ele se adaptaria. E Julian não deixaria Truman em qualquer lugar, já que é um cara que mora apenas com o cachorro, pois é separado da mulher e o filho está fazendo faculdade na Holanda. Daí também parte o carinho pelo cachorro, importante a ponto de dar nome ao filme.

“Emocionante” foi uma palavra usada para descrever várias cenas da obra.

— Tem muitas cenas fortes e muito bem feitas. Entre elas está o encontro dele com o filho. O filme, inclusive, tem uma naturalidade muito grande.