Aluysio Abreu Barbosa
27/09/2018 22:47 - Atualizado em 01/10/2018 19:09
Como vereador de primeiro mandato no segundo governo municipal Rosinha, Marcão Gomes fez parte de uma minoria ruidosa de oposição. O barulho foi tanto que o grupo acabou se tornando governo em 2016, com maioria na Câmara Municipal que ele preside e agora quer trocar por uma cadeira na Câmara Federal. Para tanto, aposta na mesma renovação no Planalto Central da qual participou na Planície Goitacá. Na proposta de falar mais como analista política, que como candidato, o olhar equilibrado só pendeu mais à crítica sobre Anthony Garotinho (PRP), ontem considerado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Sobre o governo Rafael Diniz (PPS), apostou: “acredito que o pior ficou para trás”.
Jair Bolsonaro – Bolsonaro em pouco tempo amealhou uma parcela significativa do eleitorado. É um fenômeno político que merece ser analisado. Ele encarna uma revolta muito profunda de uma fatia do eleitorado brasileiro que não vê mais no sistema político atual o grande mediador dos problemas complexos da nossa sociedade.
Fernando Haddad – Uma aposta muito alta do PT confiando na potencial de transferência de votos de Lula. Haddad tem experiência e possui qualificação, e pode ser uma surpresa nessa eleição. É esperar para ver.
Ciro Gomes – Um quadro experiente na política brasileira e que tem potencial para contribuir com qualquer governo. Pode ser uma surpresa nas urnas mesmo na contramão dos apontamentos das pesquisas.
Geraldo Alckmin – Mesmo com tempo de TV não conseguiu decolar nas pesquisas, mas pode ser fiel da balança em um eventual segundo turno entre Bolsonaro e Haddad, ou Bolsonaro e Ciro.
Marina Silva – Assim como Ciro, Marina é um quadro com qualificação técnica e política elevada e pode vir a contribuir muito a eventuais governos e/ou no processo de pacificação entre os extremismos tanto da direita quanto da esquerda. Essa eleição precisa também ser um apaziguador dos ânimos políticos no país.
Luiz Inácio Lula da Silva – Ao mesmo tempo em que está cumprindo pena é também um supermassivo eleitoral e faz com que boa parte de todo processo gravite em torno do seu potencial eleitoral e da memória afetiva que parcela da população tem por seus governos. Ignorar Lula é não dimensionar o potencial que ele tem de influenciar o eleitorado brasileiro.
Eduardo Paes – Foi prefeito de uma das principais capitais do país, o Rio de Janeiro, o que certamente o credencia para pleitear a vaga de governador. Luta contra o desgaste de ter feito parte do MDB no Rio, ao mesmo tempo em que explora na campanha suas realizações como gestor.
Romário Faria – Demonstrou ser um parlamentar sensível às causas das pessoas com deficiência, o que é uma grande virtude. Tem como sua aliada a memória afetiva da população sobre os tempos em que foi jogador de futebol.
Anthony Garotinho – Ficha suja, como confirmou o TSE. A condenação por órgão colegiado, como é o caso dessa por desvio de R$ 234,4 milhões da Saúde do nosso Estado, é só mais uma prova do que a gente vem falando há tempos. Garotinho é chefe de quadrilha que tem como o hábito iludir, mentir e difamar. Tem propensão ao drama e é dissimulado. Em Campos, nossa luta é desfazer os estragos que anos de gestão de seu grupo político legaram para as futuras gerações de campistas.
Tarcísio Motta – Tarcísio é oriundo de uma das categorias mais nobres da nossa sociedade que é o professor. Respeito sua biografia. Sou filho de professora da rede pública e conheço bem essa realidade. É importante que tenhamos multiplicidade de postulantes para que a população possa fazer um juízo mais equilibrado.
Indio da Costa – É um quadro experiente, mas que por vezes não se situa bem definido no espectro político, mesmo tendo feito parte de vários governos. Às vezes faz parecer que é uma linha auxiliar do garotismo, Às vezes parece que é polo oposto.
Voto útil – Todo voto é útil. É importante que as pessoas votem com sua consciência, sem se deixar influenciar por pesquisas. A convicção é o que deve contar nessa hora. Analisar o projeto e a vida pregressa dos candidatos é um bom caminho para avaliar qual melhor representas seus anseios. Isso só fortalece nossa democracia.
Segundo turno – O cenário brasileiro está difícil de ler até para os mais experientes. Tudo pode acontecer. Vimos em 2014 uma eleição presidencial decidida por detalhes.
Novo Congresso – Acredito que haverá um índice de renovação maior que na última eleição. O Brasil passa por um processo profundo de revisão de seus valores, de sua perspectiva. E todo esse desejo passa pela renovação dos quadros. Se realmente conseguimos interpretar todos esses movimentos que tivemos desde as jornadas de 2013, certamente vislumbramos uma mudança mais brusca na composição das casas legislativas. É natural que o eleitor expresse seu desejo de mudança através do voto.
Governo Rafael Diniz – O prefeito Rafael Diniz pegou uma cidade quebrada pela péssima gestão anterior, que, mesmo tendo muito mais dinheiro em caixa, deixou R$ 2,4 bilhões em dívidas, incluindo um rombo de R$ 180 milhões no PreviCampos. Na prática, Rafael administra a cidade com metade do dinheiro que o governo anterior tinha em caixa. Mesmo assim, com tantas dificuldades, não deixou Campos quebrar. Acredito que o pior ficou para trás, e que daqui pra frente virão grandes realizações.