A quinta-feira (27) não foi de boas notícias para o candidato à presidência Jair Bolsonaro (PSL), tanto politicamente, como sobre sua saúde. Durante evento no Rio Grande do Sul, o vice na chapa do capitão do Exército, o general Hamilton Mourão (PRTB) criticou o pagamento do 13º salário e do abono de férias e gerou uma forte reação do próprio Bolsonaro, que postou em sua conta no Twitter que criticar esses direitos é uma “ofensa a quem trabalha” e uma “confissão de desconhecimento” da Constituição. Enquanto isso, o presidenciável teve constatada uma infecção bacteriana e teve adiada a alta médica, prevista para esta sexta-feira (28).
Bolsonaro está internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde se recupera de um atentado a facada no dia 6 de setembro em Juiz de Fora, Minas Gerais. Depois de detectar a infecção, os médicos decidiram em adiar até amanhã ou domingo a liberação do candidato.
Enquanto o presidenciável do PSL está impedido de fazer campanha, general Mourão participava de atos pelo país, mas teve a agenda suspensa após a última polêmica. Durante palestra na Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Uruguaiana, o militar chamou de “jabuticaba” os direitos trabalhistas.
— Temos algumas jabuticabas que a gente sabe que é uma mochila nas costas de todo empresário. Jabuticabas brasileiras: 13º salário. Se a gente arrecada 12 (meses), como é que nós pagamos 14? É complicado, e é o único lugar em que a pessoa entra em férias e ganha mais, é aqui no Brasil — disse Mourão.
Jair Bolsonaro usou as redes sociais para responder o próprio vice. “O 13° salário do trabalhador está previsto no art. 7° da Constituição em capítulo das cláusulas pétreas (não passível de ser suprimido sequer por proposta de emenda à Constituição). Criticá-lo, além de uma ofensa à quem trabalha, confessa desconhecer a Constituição”.
O presidente nacional do PSL, Gustavo Bebianno, disse que a opinião de Mourão é uma “posição pessoal”. “Essa não é uma proposta da campanha, do Jair Bolsonaro ou do Paulo Guedes. Não há nada sobre acabar com o 13º salário. Isso é uma posição pessoal do Mourão”.
Ao jornal Estado de S. Paulo, o general disse que “não se sentiu desautorizado” por Bolsonaro, “nem constrangido” e “nem pensou” em se afastar da campanha por causa disso. “Estamos em combate, e quando a gente está em combate, ocorrem estas coisas. A gente tem de ter resiliência e determinação para levar avante aquilo que a gente está pensando”, declarou, depois de ressaltar que esse assunto “morrerá em 24 horas e amanhã (sexta-feira) a notícia será outra”. (A.S.) (A.N.)