Escritório do crime no caso Marielle
22/09/2018 20:04 - Atualizado em 25/09/2018 17:26
Marielle Franco
Marielle Franco / Divulgação
Os assassinatos da vereadora Marielle Franco (Psol) e do motorista Anderson Gomes, que completaram seis meses, podem ter sido organizados e executados pelo chamado “escritório do crime”, grupo de matadores de aluguel formado por policiais militares da ativa e ex-policiais. A versão é do miliciano Orlando Oliveira de Araújo, o Orlando de Curicica, em de-poimento que já está no gabinete da procuradora-geral da República, Raquel Dodge. Segundo Curicica, que é um dos principais investigados pela Delegacia de Homicídios do Rio, entre os PMs que integram esse grupo há um major que está no Curso Superior de Polícia (CSP) para ser promovido a tenente-coronel, podendo alcançar a mais alta patente da corporação: coronel da PM. As informações são do jornal O Globo.
A morte de Marielle teria custado R$ 200 mil. Curicica afirma no depoimento que, embora saiba quem matou a vereadora, desconhece a motivação. A Delegacia de Homicídios da Capital (DH) passou a levar em conta essa linha de investigação há cerca de um mês. Dois suspeitos de integrar o Escritório do Crime já foram ouvidos. A morte de Marielle foi planejada, praticamente sem deixar rastros, o que acaba sendo uma assinatura dos homicídios atribuídos a esse grupo. Ao prestar depoimento, há uma semana, Curicica pediu proteção. Ele acredita que não corre perigo de vida dentro da unidade federal, mas teme pela segurança da família, no Rio.
Este depoimento será analisado por Raquel Dodge, que, se entender que a investigação está sob suspeita, ela pode vir a pedir a federalização do caso. Se o caso sair da esfera da polícia fluminense, o crime passará a ser investigado pela Polícia Federal. Enquanto estava preso no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, no Rio, Curicica chegou a pedir para ser ouvido pelo Ministério Público Estadual e à Corregedoria Geral Unificada (CGU), para contar que estava sendo pressionado a assumir um crime que diz não ter cometido, mas ninguém lhe deu atenção.
Em Mossoró, ele fez o mesmo pedido ao juiz federal Walter Nunes, corregedor da Penitenciária Federal, que levou o caso para procuradora-regional dos Direitos do Cidadão, Caroline Maciel. (A.N.)

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