Mesmo após a divulgação de que a Câmara de Macaé cogita a possibilidade de instaurar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as recorrentes reclamações na esfera da saúde municipal, as denúncias continuam. Desta vez, as queixas dizem respeito à falta de médicos pediatras no Hospital da Serra, localizado no distrito de Trapiche. Ao mesmo tempo, o governo e a base governista tentam uma movimentação para evitar a CPI.

Segundo alguns pais relataram, eles levaram seus filhos ao Hospital Municipal da Serra em busca de pediatras, mas a orientação foi que encaminhassem ao Hospital Público de Macaé, que fica a cerca de 40 quilômetros da Serra.

De acordo com a prefeitura, houve um problema pontual em função de férias do pediatra, mas a questão já foi solucionada.

Líder da Frente Parlamentar Macaé Melhor, vereador Maxwell Vaz (SD), diz que a situação está insustentável e que a população não suporta mais tantos problemas na Saúde. Semana passada, ele informou que está reunindo documentos para propor a abertura de uma CPI.

Depois disso, segundo ele, o governo começou a se movimentar, com a publicação de alguns decretos. Além disso, a base governista formou uma comissão para visitar unidades de Saúde.

Mas os problemas continuam, relata o parlamentar.

— Os problemas são diversos. Temos um gravíssimo que é a falta de um local para estocar vacinas, já que muitas geladeiras estão com defeito. Estou juntando documentos para embasar o pedido de abertura da CPI — informou o vereador.

As variadas reclamações envolvendo a Saúde em Macaé conseguiram um fato quase inédito: gerar unanimidade entre os vereadores de oposição e governistas. Uma das questões que mais chamaram a atenção foi a mudança de secretário. Gustavo Gusmão, que respondia pela secretaria há cerca de três meses, foi substituído pelo Controlador Geral, Luiz Carlos.

O fato de o secretário ser aquele que deveria fiscalizar a Pasta foi questionado: “Como o Controlador também vai ser secretário? Essa medida coloca em risco jurídico o governo. Ele exerce uma função muito técnica que requer uma dedicação quase que exclusiva. E a Saúde merece uma atenção melhor, porque está em situação precária”, apontou Maxwel Vaz.

O presidente da Câmara, Eduardo Cardoso (PPS), que já foi secretário de Saúde afirmou: “O Controlador é o que diz não. E ele vai dizer não para ele mesmo? Acho que já mudou tanta gente, que não tem mais quem colocar? Estão olhando para o banco de reservas e vai que está ali. Eu previ isso aqui! Não vai durar três meses! O rapaz poderia ser sério e trabalhador, mas não servia para ser secretário de Saúde. O secretário precisa saber o que é vacina, o que é urgência e emergência, o que é atendimento de ponta”, disse o presidente do Legislativo na ocasião.