Longe das ruas há duas semanas, Jair Bolsonaro (PSL) continua na liderança da corrida presidencial, de acordo com nova pesquisa feita pelo Instituto Datafolha, divulgada na madrugada dessa quinta-feira. De acordo com o levantamento, o deputado oscilou dois pontos para cima e está com 28% das intenções de voto, mantendo a trajetória de crescimento observada desde o início da campanha. Em segundo lugar, com 16%, aparece o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), que cresce desde sua confirmação como substituto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na corrida. Ele subiu três pontos em relação à semana passada.
O candidato petista continua tecnicamente empatado com Ciro Gomes (PDT), que ficou estagnado, com 13%. As menções espontâneas a Bolsonaro também cresceram nos últimos dias, assim como as citações a Fernando Haddad.
Bolsonaro cresceu no Sudeste, Norte e Sul, onde atingiu sua melhor marca (37%), e ganhou pontos entre jovens e até entre mulheres, apesar da grande rejeição no segmento.
Já o petista cresceu no Sudeste e no Nordeste — onde alcança a melhor pontuação (26%) e única região em que está à frente de Bolsonaro. O ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), que tem quase metade do tempo de TV, está com 9%. Ele aparece empatado com Marina Silva (Rede), que agora soma 7% das preferências, menos da metade do que tinha no início da campanha.
As simulações do Datafolha para segundo turno mostram que Ciro é o único candidato que venceria todos os rivais. Ele bateria Bolsonaro com 45% das intenções, vantagem de 6 pontos sobre o capitão. Nos outros cenários, Jair Bolsonaro empata com Haddad, Alckmin e Marina Silva.
O instituto Datafolha entrevistou 8.601 eleitores de 323 municípios na terça e na quarta (19). A margem de erro é de dois pontos percentuais. A pesquisa foi contratada pela Folha e pela TV Globo.
Alta nas pesquisas não apenas por Lula
O petista Fernando Haddad avaliou que sua alta nas pesquisas de intenção de voto não se deve apenas ao apoio do presidente Lula, mas ao projeto que o partido oferece. Haddad disse que Lula encara o projeto como ninguém, mas o resultado não é um efeito de transferência de votos porque se fosse haveria para todo lugar.
O ex-prefeito de São Paulo reafirmou a liderança de Lula: “Não vou negar que a liderança dele (Lula) é mundial... Penso que o PT tem muita força no país”, disse.
O presidenciável do PT também negou que tenha alterado seu plano de governo com a inclusão do programa “Dívida Zero” para tirar votos do adversário Ciro Gomes. O pedetista tem como uma das suas principais promessas de campanha o programa “Nome Limpo”.
Apelo a eleitor contra voto útil no 1o turno
Após aparecer sem alteração e com 13% das intenções de voto na Datafolha, Ciro Gomes (PDT) fez um apelo contra o voto útil, além de levantar dúvidas sobre a honestidade dos institutos de pesquisa.
O presidenciável disse que espera que o eleitor não mude o voto por influência das pesquisas, feitas quase que diariamente, e que, ao menos no primeiro turno, vote com convicção no candidato que julgue o mais preparado e com melhor projeto para o país.
E acrescentou: “Não é razoável que um cidadão amadurecido politicamente entregue sua decisão e da sua família a institutos de pesquisa, nem porque podem ser desonestos — porque estamos no país em que até deputado se compra quanto mais instituto de pesquisa”.