Um dos setores mais sensíveis de qualquer governo, a Saúde pode levar a Câmara de Macaé a instaurar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) contra o governo do prefeito Dr. Aluizio. A possibilidade foi levantada, esta semana, pelo Líder da Frente Parlamentar Macaé Melhor, Maxwell Vaz (SD). Segundo ele, as denúncias que têm chegado ao Legislativo são inúmeras e precisam ser explicadas. Nesta quinta-feira, por exemplo, um homem de 38 anos teve uma convulsão dentro de uma Unidade Básica de Córrego do Ouro, na Serra de Macaé e precisou da ajuda de pessoas que estavam no local para ser levado ao hospital porque o posto não tinha médicos. O prefeito trocou, mais uma vez, o comando da secretaria de Saúde e agora colocou o controlador do Município.
O colapso na Saúde tem conseguido gerar unanimidade entre os vereadores de oposição e da base aliada ao governo. Com a mudança de secretário, na terça-feira, o tema voltou à tona. Gustavo Gusmão, que respondia pela secretaria há cerca de três meses, foi abordada por Maxwell Vaz. Ele afirmou que o governo causa risco jurídico ao determinar que o Controlador Geral, Luiz Carlos, acumule a função de secretário de Saúde.
— Como o Controlador também vai ser secretário? Essa medida coloca em risco jurídico o governo. Ele exerce uma função muito técnica que requer uma dedicação quase que exclusiva. E a Saúde merece uma atenção melhor, porque está em situação precária — apontou Maxwel.
O mesmo posicionamento foi apresentado pelo presidente da Câmara, Dr. Eduardo Cardoso (PPS). “O Controlador é o que diz não. E ele vai dizer não para ele mesmo? Acho que já mudou tanta gente, que não tem mais quem colocar? Estão olhando para o banco de reservas e vai que está ali. Eu previ isso aqui! Não vai durar três meses! O rapaz poderia ser sério e trabalhador, mas não servia para ser secretário de Saúde. O secretário precisa saber o que é vacina, o que é urgência e emergência, o que é atendimento de ponta”, disse Eduardo, que já foi secretário de Saúde.
Outro problema abordado na Câmara foi o atraso e a lentidão no andamento dos processos de licitação da prefeitura. Ex-líder da bancada governista, Márcio Bittencourt (MDB) afirma que a demora na liberação de contratos de compras de medicamentos vai causar mortes na cidade: “Chegamos a um ponto X na Saúde. Vai começar a morrer gente por falta de remédio. A engrenagem não roda, e a licitação não é concluída. Depois que lançam o edital e enviam para o Tribunal de Contas, o processo fica parado seis, sete meses. E quem paga por isso? É o cidadão que fica sem o remédio, sem a praça reformada e sem as obras”, apontou Márcio.
De acordo com Maxwell Vaz, ele está reunindo documentos, para junto com os colegas de oposição, apresentar o pedido para CPI. (S.M.) (A.N.)