O ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci apresentou novos detalhes sobre acerto de propina envolvendo a construção de sondas de exploração de petróleo em águas profundas que seriam compradas pela Petrobras para explorar o pré-sal. Em depoimento até esta quarta-feira inédito e mantido em sigilo, Palocci afirmou que o ex-presidente Lula teria priorizado empreiteiras brasileiras depois de supostamente ter sido alertado por João Vaccari, então tesoureiro do PT, de que seria mais fácil cobrar propina delas do que das empresas estrangeiras. E que chegou a ir à Petrobras tratar do assunto.
Procurada para comentar o teor do depoimento, a assessoria de Lula afirmou que o ex-ministro mente sobre Lula e não apresenta provas: “A contratação de empresas nacionais foi uma política de Estado que gerou milhares de empregos para trabalhadores no Brasil. Palocci fala mentiras contra Lula, sem apresentar qualquer prova, para tentar fechar um acordo para sair da prisão”. A defesa de Vaccari também afirmou que as acusações são inverídicas.
Essa escolha das empresas nacionais pela Petrobras ficou conhecida como ‘política de conteúdo local’ e, na época, era defendida por Lula sob o argumento de que desenvolveria a indústria local, gerando empregos e movimentando a economia. Palocci, porém, afirmou que o tema do desenvolvimento estava aliado ao das propinas. (S.M.) (A.N.)