O candidato à presidência da República, Jair Bolsonaro (PSC) foi esfaqueado, na tarde desta quinta-feira, durante ato de campanha em Juiz de Fora, Minas Gerais. O presidenciável foi socorrido por apoiadores e levado à Santa Casa de Misericórdia da cidade. A princípio, a informação era que o ferimento tinha sido leve, porém, o candidato teve que passar por cirurgia para conter uma hemorragia. A unidade hospitalar informou que ele sofreu lesão no intestino e seu estado é considerado grave, mas estável e ele segue internado na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). O suspeito, identificado como Adélio Bispo de Oliveira, 40 anos, foi preso minutos após, confessou o crime e disse que agiu “a mando de Deus”. A Polícia Federal vai reforçar a segurança dos presidenciáveis. Autoridades condenaram o ataque.
No momento da confusão, o candidato estava sendo carregado nos ombros por apoiadores de sua campanha, fazendo corpo a corpo com eleitores, na região do Parque Halfald. Enquanto ele acenava para os simpatizantes de sua candidatura, uma pessoa se aproximou dele e deu uma facada no presidenciável. Vídeos circulam na internet, mostrando o momento do ataque e o socorro ao candidato.
Em nota, a Polícia Federal afirmou: “(Bolsonaro) contava com a escolta de policiais federais quando foi atingido por uma faca durante um ato público na cidade de Juiz de Fora (MG). O agressor foi preso em flagrante e conduzido para a Delegacia da PF naquele município. Foi instaurado inquérito policial para apurar as circunstâncias do fato”.
O hospital informou que ele deu entrada com “uma lesão por material perfurocortante na região do abdômen”. Houve suspeita de lesão no fígado e Bolsonaro foi encaminhado para cirurgia. Os médicos constataram que não houve lesão no fígado, mas sim no intestino.
Um dos médicos que o operou, Luiz Henrique Borsato, disse que uma “volumosa hemorragia interna” foi diagnosticada e controlada. Além disso, o militar apresentou lesões em diversos órgãos, segundo o médico. “Três perfurações no intestino delgado e apresentou uma lesão grave no intestino grosso e houve contaminação de fezes no interior da cavidade abdominal”, explica o médico.
Os médicos fizeram uma colostomia temporária, procedimento que conecta o intestino a uma bolsa fora do corpo, evitando que as fezes passem e possam causar uma infecção no local onde foi tratada a perfuração. Ele deve ser submetido a outra operação no futuro para reverter a colostomia.
A estimativa é de que Bolsonaro fique de uma semana a 10 dias internado em recuperação. Uma equipe do Hospital Sírio-libanês, de São Paulo, seguiu para Juiz de Fora para avaliar uma possível transferência de Bolsonaro.
Segundo a polícia, o suspeito de ter dado a facada foi espancado por seguidores de Bolsonaro antes de ser preso. Ele foi filiado ao Psol e já respondeu inquérito por lesão corporal. O partido repudiou o ato, afirmando que a violência é injustificável.
Os candidatos ao Governo do Rio, Eduardo Paes (DEM), Romário (Podemos) e Pedro Fernandes (PDT) cancelaram suas agendas nesta sexta-feira em função do atentado. Wilson Witzel divulgou nota lamentando o crime. (S.M.) (A.N.)
Michel Temer, presidente
“É intolerável que nós vivamos num estado democrático de direito que não haja possibilidade de uma campanha tranquila, em que as pessoas vão e apresentem os seus projetos, porque ninguém vota em candidato”.
Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados
“É lamentável e repugnante a violência praticada contra o deputado Jair Bolsonaro. Independente de divergências políticas, a sociedade não deve tolerar atitudes dessa natureza”.
Ministra Carmem Lúcia, presidente do STF
“Manifesto enorme preocupação com a garantia das liberdades dos candidatos e dos eleitores, qualquer que seja a posição ou ideologia adotada por quem quer que seja e ainda que sejam contrárias”.
Ciro Gomes, candidato à Presidência pelo PDT
“Repudio a violência como linguagem política, solidarizo-me com meu opositor e exijo que as autoridades identifiquem e punam o ou os responsáveis por esta barbárie”.
Marina Silva, candidata à Presidência pela Rede
“A violência contra o candidato Jair Bolsonaro é inadmissível e configura um duplo atentado: contra sua integridade física e contra a democracia”.
Geraldo Alckmin, candidato à Presidência pelo PSDB
“Qualquer ato de violência é deplorável. Esperamos que a investigação sobre o ataque ao deputado Jair Bolsonaro seja rápida, e a punição, exemplar”.
Fernando Haddad, candidato à Presidência pelo PT
“Repudio totalmente qualquer ato de violência e desejo pronto restabelecimento a Jair Bolsonaro. Me ponho à disposição dele e da família”.
Henrique Meirelles, candidato à Presidência pelo MDB
“Lamento todo e qualquer tipo de violência. O Brasil precisa encontrar o equilíbrio e o caminho da paz. Temos que ter serenidade para apaziguar a divisão entre os brasileiros”.
Cabo Daciolo, candidato à Presidência pelo Patriota
“Repudiamos com o mais absoluto vigor o ato de violência contra o candidato Jair Bolsonaro. A nossa guerra não é contra homens, mas contra principados e potestades”.
João Amoedo, candidato à Presidência pelo Novo
“É lamentável e inaceitável o que aconteceu com Jair Bolsonaro. Independe de divergências políticas, não é possível aceitar nenhum ato de violência. Que o agressor sofra as devidas punições”.
Alvaro Dias, candidato à Presidência pelo Podemos
“Sobre o episódio da facada no candidato Jair Bolsonaro, quero afirmar aqui que repudio todo e qualquer ato de violência. Por isso a violência nunca deve ser estimulada. Eu não estimulo”.
Guilherme Boulos, candidato à Presidência pelo PSOL
“A violência não se justifica, não pode tomar o lugar do debate político. Repudiamos toda e qualquer ação de ódio e cobramos investigação sobre o fato”.