Mesmo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tendo negado o registro de candidatura ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na última semana, com base na Lei da Ficha Limpa, o PT insiste e afirmou que pretende recorrer novamente ao Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU). O TSE também proibiu a participação de Lula na campanha, o que voltou a ser questionado. Já o PT apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma representação pelo crime de ameaça supostamente cometido por Jair Bolsonaro (PSL), durante comício no Acre.

No caso da candidatura de Lula, o PT prepara ainda dois recursos ao STF, abordando questões eleitorais e criminais, para que não ocorra a necessidade de substituição do nome na chapa no prazo de dez dias, conforme definido pelo TSE.

A Corte também definiu que Lula não pode aparecer em propaganda como candidato. No primeiro dia de campanha presidencial na TV, o PT não apresentou o ex-presidente como candidato, mas exibiu imagens dele com Fernando Haddad. Em um trecho, Lula se diz inocente.

O partido Novo, que tem João Amoêdo como candidato, pediu ao TSE que suspendesse a propaganda, argumentando que o PT “desafiou” o tribunal. O ministro Carlos Horbach suspendeu a propaganda e estabeleceu multa de R$ 500 mil para cada vez que o PT voltar a exibi-la. Decisão semelhante, do ministro Luís Felipe Salomão, suspendeu a propaganda eleitoral do partido no rádio.

Em São Paulo — No sábado, a coligação de Geraldo Alckmin, candidato do PSDB à Presidência, entrou com uma ação em São Paulo. Os tucanos argumentaram que o PT está fazendo uso da propaganda dos candidatos a deputado estadual para divulgar a candidatura de Lula. Foi concedida uma liminar para suspender a veiculação.

Bolsonaro — Durante comício em Rio Branco, no sábado, Bolsonaro segurou um tripé como se fosse uma arma e diz: “Vamos fuzilar a petralhada toda aqui do Acre”. A coligação “O Povo Feliz de Novo”, da qual o PT faz parte, apresentou ao STF uma representação pelo crime de ameaça, que será relatada por Ricardo Lewandowski. O ministro já solicitou posicionamento da Procuradoria-Geral da República sobre o caso. Bolsonaro não comentou o assunto até o fechamento da edição.

Apenas um candidato ao Governo do Estado ainda não fez declaração parcial de contas à Justiça Eleitoral. Luiz Eugênio (PCO) não divulgou seu balanço financeiro até o fechamento desta edição. Na última semana, a Folha da Manhã mostrou que apenas sete dos postulantes à sucessão do governador Luiz Fernando Pezão (MDB) haviam divulgado os números.

Em consulta ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na noite dessa segunda-feira (3), Anthony Garotinho (PRP), André Monteiro (PRTB), Dayse Oliveira (PSTU), Pedro Fernandes (PDT) prestaram contas.

Esta é a primeira eleição no qual dinheiro público será utilizado para financiar as campanhas. Após aprovação no Congresso, depois dos últimos escândalos de corrupção, um fundo partidário foi criado para substituir os repasses de empresas. (A.N.)