Virna Alencar
24/09/2018 18:18 - Atualizado em 25/09/2018 13:45
Um fórum de debate para discutir sobre segurança pública foi realizado na tarde desta segunda-feira (25), na Câmara de Campos. O encontro foi solicitado pela vereadora Josiane Morumbi e, na ocasião, foram apresentados os principais indicadores de criminalidade que assolam o país e os problemas enfrentados no combate ao crime organizado e na manutenção da segurança.
— Esse tema é de grande relevância. Vim do setor privado e observo que a insegurança pública afasta o empresário de querer realmente investir em alguns municípios onde ela é muito grande. Há pouco tempo tivemos o episódio daqueles roubos de carga, então muitos empresários desanimaram de investir no nosso estado. Eu aposto que a segurança pública deve ser um dos primeiros pilares, porque, onde não há segurança, como é que a saúde chega, como é que a educação chega? Então é algo que precisamos debater. Por mais que a gente não queira aceitar cifras, temos quase 100 policias que foram mortos, 60.000 homicídios por ano, então temos que nos preocupar. Não fica só na responsabilidade das polícias, mas também da sociedade civil, do poder Legislativo e do Executivo — disse Josiane.
O delegado da PF, Paulo Cassiano, falou das dificuldades enfrentadas pela instituição diante do tráfico de drogas e da circulação de armas de fogo no território brasileiro.
– Há mais delegados na Polícia Civil do estado do que na Polícia Federal do Brasil inteiro. A PF possui menos de 8 mil agentes. A PM do estado de São Paulo tem mais de 45 mil. A PF, portanto, tem menos de um quinto da força do efetivo de uma Polícia Militar do estado da Federação. E esse efetivo da PF toma conta não só das atividades de investigação criminal, mas também das atividades administrativas. No que diz respeito à nossa cidade, uma afirmativa que teria validade para praticamente todas as cidades do Brasil, a atuação da PF se sobressai muito em função do tráfico de drogas e do controle de armas. A segurança pública, a violência urbana no Brasil, está umbilicalmente ligada às questões das armas de fogo e do tráfico de drogas. Hoje há um grande desânimo da minha parte no enfrentamento ao tráfico de drogas, porque me sinto muito impotente para lidar com esse fenômeno – relatou Paulo Cassiano.
A delegada Madeleine Farias destacou a preocupação com o índice de homicídios no país. "Em números absolutos, o Brasil hoje é o país que mais mata no mundo. Temos uma média de a cada 100 mil habitantes, 29 são mortos por homicídio. No mundo, a cada 10 mortos por homicídio, um é do Brasil. Então podemos perceber quão trágica é essa circunstância".
Também estiveram presentes representantes do 8º Batalhão de Polícia Militar (BPM), da Guarda Civil e o delegado do posto de Polícia Técnica e Científica, Carlos Frederico Ozório, entre outros.