Victor de Azevedo
14/09/2018 20:09 - Atualizado em 17/09/2018 13:50
Enquanto autoridades de saúde insistem na importância da prevenção para evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chinkungunya, a população parece não fazer sua parte. No bairro Jóquei Clube, em Campos, alguns terrenos baldios do bairro foram tomados de lixos e entulhos um dia após o encerramento do mutirão do Centro de Controle e Zoonoses (CCZ) no bairro. No local, podem ser encontrados restos de televisão, móveis e sacos plásticos.
O diretor do Centro de Referência de Doenças Infecciosas (CRDI), Luiz José de Souza afirmou que Campos não passa mais por um surto epidêmico de chikungunya. Porém, a doença continua circulando e a prevenção é essencial para evitar que a epidemia retorne. Atualmente, o município tem registrados 4.912 casos de chikungunya, 124 de dengue e nenhum de zika.
— Saímos da epidemia, mas a doença continua. O índice de infestação do mosquito ainda é um pouco alto. A última análise está alta. Quer dizer, continua tendo a doença, então a perspectiva é de que quando esquentar mais e começar a chover o gráfico volte a subir — ressaltou o diretor do CRDI.
Segundo o médico, o atendimento a pacientes com sintomas de chikungunya ainda é grande, apesar da queda significativa no gráfico. “Atendemos cerca de 100 pessoas por dia, um número muito grande de pacientes crônicos. Até o dia 10 de setembro, tivemos 15 casos confirmados, então a doença continua circulando. A chikungunya vai permanecer no município no mínimo por dois anos porque grande parte da população está vulnerável, já que tivemos uma epidemia”, disse.
Desde o anúncio da epidemia no município, a Vigilância em Saúde acionou os representantes do Comitê de Arboviroses para traçar estratégias urgentes de combate ao mosquito. Foram realizados mutirões integrados, limpeza de terrenos baldios, aumento do número de testes laboratoriais na rede para atender mais rapidamente a população e a descentralização no atendimento primário aos pacientes também nas unidades básicas de saúde e hospitais. O CRDI também funciona aos sábados para atender a grande demanda.