Museu avalia patrimônio cultural
21/09/2018 18:58 - Atualizado em 22/09/2018 14:09
Divulgação
De casa cheia desde segunda-feira (17), o Solar dos Mellos — Museu da Cidade de Macaé está festejando a “12ª Primavera dos Museus”, cuja programação se encerra neste sábado (22), quando a rua Conde de Araruama, no Centro, será fechada para receber o público com bikefoods de lanches salgados e doces, diversos expositores de produtos artesanais, recreação infantil, artistas circense e músicos.
Na noite desta terça-feira (18), aconteceu a segunda edição anual do projeto “Professor Investigador” que integra o programa de Educação Patrimonial. Um dos objetivos deste programa é multiplicar informações sobre o município e a região, contribuindo para a formação de cidadãos e de pesquisadores atentos a valores culturais materiais e imateriais locais.
A palestrante convidada desta segunda edição foi a professora Doutoranda pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), em Educação, Cultura e Comunicação, Eliana Santos Laurentino. Durante a palestra “Pelo caminho das Letras: história, educação e memória” para gestores da Secretaria de Cultura e do museu, servidores da pasta, professores e alunos adultos da rede pública de Macaé, Eliana abordou o conceito de patrimônio cultural material e imaterial, com enfoque para a diversidade cultural brasileira e suas peculiaridades regionais.
Ela ressaltou a importância da valorização pelas comunidades destes patrimônios, tanto para identificá-los, quanto para conhecê-los, como meio de resgate da identidade cultural local para a preservação da história. “Se faz necessário o reconhecimento de símbolos de orgulho, a construção de redes de significado, a valorização da diversidade cultural, o fortalecimento político e o identitário”, pontuou a pesquisadora.
A palestra terminou em um bate-papo para trocas de experiências. A estudante do Colégio Estadual Luiz Reid no Centro, Antônia Machado Gregório, de 79 anos de idade, participou. A campista vive em Macaé desde 1961. Ela conta que, antes disto, vinha à cidade visitar um irmão que residiu com a família na construção histórica em ruínas ‘Palácio dos Urubus’. “Vou ficar atenta para preservar os costumes mais antigos, senão eles vão se acabar. Nós temos que tomar conta disso. Eu gostei muito e vou voltar aqui sempre”, disse.
O estudante macaense da Escola Municipal Ancyra Gonçalves Pimentel, Edmilson Moreira, lembra-se de festejos como a “Festa do Serrote” (São João Batista), a procissão de São Jorge, de barcos e de outros costumes que estão se perdendo com o tempo. Ele os considera fundamentais para a identidade macaense e pretende ser um multiplicador do que foi tratado na palestra no bairro onde reside, Malvinas. “Agora quero também trazer as minhas filhas, Taís (21) e Karine (16) para conhecer e frequentar o museu”, frisou.
“O museu é de toda a sociedade e deve contemplar todo o leque de diversidade cultural. Precisamos desta troca de conhecimento para a valorização da cultura local e regional. É necessário que isso seja uma construção coletiva”, destacou o secretário de Cultura, Thales Coutinho.
Visitas guiadas e oficina de vídeos estão na programação
As visitas guiadas à exposição “Celebrando a Educação em Museus — Tempo, linguagens e memórias’ prosseguiram toda a semana. Ontem (21), só houve uma visitação as 10h. Também prossegue a “Oficina de vídeos com celular”, com a participação do cineasta e teatrólogo, Marcelo Tosta. Os vídeos produzidos foram exibidos ontem (21), das 18h às 20h.
A programação continuou na quarta-feira (19) com o “Ensaio aberto da Orquestra Popular de Macaé (OPM)”, com professores da Escola Municipal de Artes Maria José Guedes (Emart), às 15h, nos jardins do museu, e o “Café Literário”, sob a coordenação do poeta e Mestre em Comunicação e Cultura, Gerson Dudus, às 19h.
Homenagem — A ‘12ª Primavera dos Museus’ no Solar dos Mellos faz uma homenagem ao primeiro museu do Brasil, o Nacional, que sofreu um grande incêndio este mês, aos 200 anos. Também estão sendo celebrados os 60 anos do primeiro documento que tratou do papel educativo dos museus, a Declaração do Rio de Janeiro, produto do Seminário Regional realizado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, em 1958. (A.N.)

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