Dentre as estreias da semana nos cinemas de Campos dos Goytacazes, a indicação é para o filme “O Predador”, que, por certo, atrairá centenas de espectadores. De acordo com observações da crítica, na década de 80 muitos filmes de grande sucesso nasceram, com personagens a frente de seu tempo. Um deles era o “Predador”. Um vilão implacável, com muitos recursos, que parecia invencível.
Mas aquele tempo se foi, suas criações ficaram no passado. Contudo, o cinema atual revive muitas destas boas ideias, mesmo que, às vezes, o plano não dê lá muito certo. Ainda bem que “O Predador” consegue se encaixar fora da caixinha dos derrotados, embora não sendo perfeito para os padrões de hoje. Na verdade, é tão anos 80 que isso passa a ser o seu ponto forte e fraco ao mesmo tempo.
Diferente de muitas sagas do cinema que optam por recomeçar tudo novamente, “O Predador” de Shane Black dá continuidade ao que já vimos. Embora o filme não deixe claro em que momento da história ele se encaixa, podemos imaginar através de um dos diálogos que os filmes levados em consideração aqui sejam o 1 e o 2, que se passam em 1987 e 1997. Então, nada de “Alien vs Predador” 1 e 2 ou “Predadores”. O negócio aqui é “O Predador”, como o conhecemos em sua origem. Mesmo que para isso, não seja preciso criar um reboot.
Outro ponto de suma importância é notar que o nome do filme, mesmo sem ter um número na frente, soa muito melhor após assistir ao longa. Se o primeiro e segundo filmes são chamados de “Predador 1 e 2”, este se chama “The Predator” — “O Predador”. Ainda que no Brasil o filme de 1987 também se chame desta maneira, tenha certeza que o “O” do nome do filme quer dizer muito mais do que aparenta desta vez.
A história não é nada muito diferente do que conhecemos. E Shane Black não se preocupa muito em explicar o que são aquelas criaturas ou suas origens. Assim, o negócio já parte para a ação desde o primeiro segundo de filme. Então, dali para frente temos poucos momentos desinteressantes e muita ação, sanguinolência e brutalidade.
Ainda que também na década de 80 os brucutus do cinema entregassem filmes de ação com pitadas de humor, sente-se que “O Predador” partiu para uma linha Marvel. Vê-se que graças aos bons atores e sinergia que existe entre eles, o humor, ação e brutalidade encaixaram muito bem.
Já no lado do protagonista, temos Quinn McKenna (Boyd Holbrook). O personagem é um clássico soldado, sedento por ação e que obviamente não vai deixar de lado a oportunidade de enfrentar uma criatura vinda do espaço. Suas ações e intenções giram em torno do básico: destruir e matar para proteger. O diretor Shane Black demonstra que teve boas ideias e conseguiu executá-las de uma forma, no mínimo, satisfatória.
“O Predador” é praticamente perfeito no filme. Inteligente, perigoso, brutal, sem dó, invisível, feio, forte, parrudo, babão e muito mais. Embora o filme tenha seu toque de humor um tanto quanto exagerado para alguns, não sobra tempo para brincar com o bichão. Assim, com o monstrengo em cena, a brincadeira acaba. A não ser em uma única parte do filme. Ainda que tenha ficado bem engraçado o que ocorre nela. Outro detalhe interessante é que o próprio filme brinca com o nome dado à criatura.
Permanecem em cartaz os filmes “Crô em Família”, “Alfa”, “A Freira”, “Os Jovens Titãs em Açãi! Nos Cinemas” e “O Candidato Honesto 2”. Tanto “Crô em Família” como “O Candidato Honesto 2” têm atraído bom público às saldas de cinemas de Campos. (A.N.) (C.C.F.)