Uma tarde ao som de grandes nomes da música, de Beethoven a Ary Barroso, tocados por uma orquestra sinfônica. Essa experiência incomum para a maioria dos brasileiros aconteceu na segunda-feira (10) para estudantes de sete escolas municipais da região do distrito de Travessão. A iniciativa fez parte do projeto Música na Escola, da coordenação de Artes da secretaria de Educação, Cultura e Esporte (Smece), em parceria com a ONG Orquestrando a Vida.
O projeto, lançado ano passado, escolheu a quadra da escola municipal Albertina Azeredo Venâncio para sediar a apresentação, composta por sete músicas, dinâmicas com os estudantes e encerrada como uma grande festa, ao som de “Aquarela do Brasil” e marchinhas de Carnaval, encantando estudantes e professores. Entre todos os alunos que assistiam um ponto em comum: o deslumbramento de ouvir uma orquestra ao vivo pela primeira vez.
— Achei muito lindo. Deu vontade de aprender a tocar um instrumento e conhecer mais. É emocionante. Mexe com a gente — confessa Thalya Barreto, estudante do 6° ano da Albertina. Thalya foi uma das escolhidas para participar da dinâmica de reger a orquestra. Outro que entrou na brincadeira foi o Pedro Machado, estudante do 4° ano da Carlos Chagas. “Eu não sabia como era uma orquestra. Achei tudo bem diferente. A maioria dos instrumentos eu não conhecia”, ressalta.
Experiência bem diferente para Maitê de Azevedo Alonso, 9 anos, da escola municipal Custódio Siqueira. Isso porque, desde o início do ano, a jovem é uma das violinistas da Orquestra Sinfônica Davi Machado. “Tem sido muito bom pra mim. Adoro quando tem apresentação em escolas porque vejo mais crianças aprendendo sobre música junto com a gente”, relata.
De acordo com Sarah Pereira, coordenadora de Artes da Smece, o objetivo do projeto é promover a experiência de apreciação de uma orquestra sinfônica, possibilitando o acesso à música de concerto e à Música Popular Brasileira. “Durante este semestre, estamos levando o projeto às escolas, onde muitos dos alunos nunca tiveram oportunidade de vivenciar uma experiência estética desta natureza. Possibilitar o acesso às diferentes linguagens artísticas e ampliar o repertório dos nossos alunos faz parte do plano pedagógico do ensino de arte”, destaca.
Para o maestro Luis Maurício Carneiro, a iniciativa aproxima o estudante da arte. “As pessoas não gostam do que não conhecem. Dar acesso à música, levar a arte aos distritos é uma forma de democratizar à cultura”, ressalta.
Assistiram à apresentação estudantes das escolas municipais Etelvira Martins, Bartolomeu Lizandro, Giró Faísca, Carlos Chagas, Nossa Senhora da conceição, Guiomar Ramos Paes, além dos matriculados na unidade anfitriã.
A Orquestra Sinfônica Davi Machado, da ONG Orquestrando a Vida, possui 80 músicos, a maioria adolescentes e pré-adolescentes. (A.N.)