Para homenagear os 100 anos de nascimento do diretor sueco Ingmar Bergman, o Cineclube Goitacá exibe, nesta quarta-feira (12), um dos maiores sucessos do cineasta: o longa-metragem “O Sétimo Selo” (Det Sjunde Inseglet, 1957). A obra será apresentada pelo crítico de cinema e cineasta Felipe Fernandes. A sessão tem entrada gratuita e começa às 19h, na sala 507 do edifício Medical Center, localizado na esquina das ruas Conselheiro Otaviano e Treze de Maio, no Centro de Campos.
— Bergman teria completado 100 anos em julho, se estivesse vivo. Rolaram algumas homenagens a ele pelo mundo este ano e o Cineclube Goitacá não poderia deixar esta data passar em branco. Para esta sessão, escolhi o filme que para mim é o mais emblemático de Bergman: “O Sétimo Selo” — destacou Felipe Fernandes.
Na trama, após 10 anos, um cavaleiro (Max Von Sydow) retorna das Cruzadas e encontra o país devastado pela peste negra. Sua fé em Deus é sensivelmente abalada e, enquanto reflete sobre o significado da vida, a Morte (Bengt Ekerot) surge à sua frente querendo levá-lo, pois chegou a sua hora.
Objetivando ganhar tempo, ele convida a Morte para um jogo de xadrez que decidirá se ele partirá com ela ou não. Tudo depende da sua vitória no jogo e a Morte concorda com o desafio, já que não perde nunca.
Da obra, Felipe destacou direção e roteiro de Bergman.
— São trabalhos fantásticos. E curioso é que “O Sétimo Selo” foi escrito, a princípio, para ser uma peça teatral, já que Bergman também era diretor de teatro. Ele acabou preferindo contar esta história com um filme, que, inclusive, não tem orçamento alto, mas foi desenvolvido com muita criatividade.
Ele também elogiou as atuações de Max Von Sydow e Bibi Andersson.
— Max é um senhor de idade que atua com muita qualidade até os dias de hoje. No filme, ele faz um ótimo trabalho. Bibi Andersson faz a personagem do sexo feminino mais importante do filme, e também apresenta uma bela interpretação — comentou.
O apresentador da noite apontou uma curiosidade sobre “O Sétimo Selo”: o roteiro do longa, assim como o de “Morangos Silvestres” (Smultronstallet), também de 1957, foi escrito num hospital.
— Bergman teve um problema de saúde à época e ficou internado. Acabou escrevendo, no hospital, os roteiros desses dois filmes, que foram grandes sucessos.
Felipe Fernandes ainda contou que acha “O Sétimo Selo” o filme mais emblemático de Bergman por conta de fotografias que se tornaram referências na história do cinema.
— Grande exemplo são as cenas em que o cavaleiro joga xadrez com a morte. É uma imagem bem famosa. Bergman fez muitos filmes, de vários gêneros, mas os que são mais lembrados são os dramas, como é o caso de “O Sétimo Selo”, que é uma obra muito madura e foi feita quando Bergman tinha só 39 anos — falou ele, lembrando que o filme que será exibido nesta quarta recebeu o prêmio do júri em Cannes, na França, em 1957. (J.H.R.)