“Uma mãe é uma mãe, não é? Não importa como seja o filho dela, mas ela acaba ficando com ele”. O comentário foi feito pelo advogado e publicitário Gustavo Oviedo, na noite de quarta-feira (5), logo após a sessão do Cineclube Goitacá. O filme “O Bebê de Rosemary” (“Rosemary’s Baby”, 1968), do diretor Roman Polanski, surpreendeu os cineclubistas na sala 507 do edifício Medical Center, no Centro de Campos.
Antes da sessão, Oviedo lembrou que o filme completa 50 anos de lançamento em 2018. Também comentou que Roman Polanski é um de seus diretores favoritos e que “O Bebê de Rosemary” pode ser classificado como um “terror psicológico”:
— A obra não apresenta aquele monte de efeitos especiais, não tem sangue jorrando ou golpes de efeito. Não é um filme de terror daqueles que provocam sustos e pulos da poltrona. Toda a sensação que o filme passa vem do medo e dúvida da protagonista. E o filme, à época, trouxe uma maturidade ao gênero. É terror para adulto. É incrível o fato de que já tenham se passado 50 anos do lançamento — disse.
O apresentador da noite também comentou, antes da exibição, que uma das constantes na filmografia de Polanski são as situações onde os protagonistas se encontram em uma situação de pressão, tanto física quanto psicológica.
— Isso acontece em outros filmes dele, e é assim também em “O Bebê de Rosemary”. O protagonista encontra várias adversidades em sua trajetória, parecendo que tudo o que está ao redor vai contra ele. E a forma de se contar a história é muito progressiva. Mas, ao mesmo tempo, até a cena final não se sabe se está tudo realmente acontecendo ou se é real.
Logo depois da sessão, a médica Sandra Maria Teixeira dos Santos, comentou que gostou dos detalhes trabalhados no filme:
— O diretor coloca várias características peculiares da época em que se passa a história, como o fato de a família não saber o sexo do bebê até ele nascer e, ainda, os homens fumando muito.
Ela também comentou que acha injusto que Mia Farrow, a atriz que interpreta Rosemary, a protagonista, não tenha ganhado o Oscar de Melhor Atriz.
— Ela estava muito bem — relatou.
Gustavo Oviedo ainda trouxe várias curiosidades sobre o filme e as filmagens.
— Foi a primeira obra de Polanski em Hollywood. Ele já tinha grande conhecimento na Europa. Foi chamado para filmar este trabalho. Curioso, também, é que “O Bebê de Rosemary” fez com que Mia Farrow se separasse de Frank Sinatra. Os dois eram casados à época e ele, depois de ler o roteiro, não queria que ela gravasse o filme. Apesar da negativa, ela fez o filme. Por isso, o advogado de Sinatra levou os papéis do divórcio para ela assinar enquanto gravava. (J.H.R.)