Morre a atriz Beatriz Segall
05/09/2018 15:41 - Atualizado em 10/09/2018 13:53
Beatriz Segall
Beatriz Segall / Divulgação - TV Globo
A atriz Beatriz Segall — que viveu a personagem Odete Roitman, na novela “Vale Tudo”, da TV Globo, que a eternizou na teledramaturgia brasileira — morreu no início da tarde desta quarta-feira (5), aos 92 anos. A informação foi confirmada à tarde pela assessoria de imprensa do hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde ela estava internada. A atriz tinha recebido alta no último dia 21 de agosto por problemas respiratórios. O hospital não informou quando ela voltou a ser internada. A causa da morte não havia sido divulgada até o fechamento desta matéria. O velório acontece desde as 19h, no próprio hospital. O corpo será cremado nesta quarta-feira (6), no município de Cotia, na Grande São Paulo.
A atriz carioca teve uma carreira de mais de 70 anos dedicada aos palcos de teatro e à televisão. Em 1988, ela viveu a personagem Odete Roitman, que marcou época na TV brasileira com a novela “Vale Tudo”, de Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Bassères. Após 192 capítulos, a vilã morria com três tiros e, com isso, o país inteiro se perguntava: “Quem matou Odete Roitman?”.
A própria atriz sempre comentava ficar impressionada com a dimensão que a personagem tomou:
— Me chamam sempre de Odete. Nas ruas, principalmente. Também nas lojas, em vários outros lugares. Eu não ligo mais. No Brasil se vê muito mais novela do que se vai ao teatro. Se fossem ao teatro, teriam muito mais nomes para me chamarem. O que incomoda é que esse papel não é o único, mas ficou muito marcado. Já me acostumei a ser chamado de Odete, Dona Odete — disse em uma entrevista, em 2014.
A estreia de Beatriz Segall na TV Globo aconteceu em 1978, na novela “Dancin’ Days”. No ano seguinte, esteve na novela “Pai herói”, vivendo a vilã Norah. Depois, passou por várias novelas, tanto na Globo quanto em outras emissoras. A atriz chegou até a repetir o mesmo papel em duas novelas diferentes. Ela viveu a miss Penélope Brown em 1990, em “Barriga de Aluguel”, de Gloria Perez. Onze anos depois, ela voltava a aparecer em “O Clone”, também de Perez.
Os seus últimos trabalhos na Globo foram na novela “Lado a Lado”, em 2012, quando ela interpretou uma rica senhora francesa chamada Madame Besançon; e no seriado “Os Experientes”, que abordava a vida na terceira idade, em 2015.
No teatro, fez sua primeira peça amadora durante um exercício de línguas. Convidada para se tornar profissional, ela precisou recusar por conta da desaprovação do pai, que queria que ela fosse professora.
Pouco depois disso, participou do filme “A Beleza do Diabo” (1950). Ela, então, decidiu fazer um curso de intepretação. Depois de participar de um trabalho semiamador com outras atrizes que também estavam começando, como Fernanda Montenegro e Nicette Bruno, viajou para a França para estudar Teatro e Literatura.
Após retornar ao Brasil, recusou peças e ficou por 14 anos como dona de casa, pois havia se casado com o museólogo, exonomista e autor teatral Maurício Segall.
Em 1964, aceitou um papel no Teatro Oficina a convite do diretor José Martinez Corrêa. Depois, interpretou inúmeras personagens no teatro, principalmente de textos consagrados.
Também fez carreira no cinema. Entre os filmes que trabalhou esteve o premiado “Pixote, a Lei do Mais Fraco”, dirigido por Hector Babenco, em 1980. (A.N.) (J.H.R.)
 
 

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