Uma rede de usuários que divulgava mensagens positivas no Twitter sobre candidatos do PT e PR, sem revelar que eram pagos por isso — o que viola a lei eleitoral, foi revelada nos últimos dias. Nesta quarta-feira, a Procuradoria Regional Eleitoral de Minas Gerais (PRE/MG) quer que a Apple revele todos os usuários que baixaram os aplicativos O Brasil Feliz de Novo e Follow Now. Ela tem 48 horas para responder. Bruno Nominato de Oliveira, procurador regional eleitoral auxiliar de MG, estabeleceu 48 horas para resposta. Em nota, o PT negou a compra de elogios pela internet.
Documentos obtidos pelo jornal O Globo mostraram que pelo menos 14 candidatos do PT e do PR tiveram conteúdos de campanha disseminados a partir de aplicativo desenvolvido pela agência Follow, do deputado e candidato ao Senado por Minas Gerais, Miguel Corrêa (PT). A empresa criou duas ferramentas — Follow e Brasil Feliz de Novo — que possibilitam a usuários cadastrados no aplicativo compartilhar, em troca de dinheiro, as notícias elogiosas de candidatos produzidas pela agência.
Os registros internos da agência mostram que esse sistema irregular de campanha foi utilizado para propagar materiais de 14 candidatos a diferentes cargos nestas eleições, incluindo o nome do PT à Presidência, o ex-presidente Lula, preso em Curitiba desde abril. De postulantes ao Senado, como o petista Lindbergh Farias (RJ), a candidatos aos governos estaduais, como os petistas Fernando Pimentel, em Minas; Wellington Dias, no Piauí; Luiz Marinho, em São Paulo; Márcia Tiburi, no Rio; e Décio Lima, em Santa Catarina. Também foram impulsionados candidatos a Câmara, como Tiririca (PR-SP), Gleisi Hoffmann (PT-PR), Kátia Sastre (PR-SP), Andréia Gonçalves (PR-SP) e Luciana Costa (PR-SP). A maioria nega ter pago pela publicidade. (S.M.) (A.N.)