Suzy Monteiro e Aluysio Abreu Barbosa
23/08/2018 22:15 - Atualizado em 26/08/2018 13:15
No último dia 14, foi feita uma reunião na sede da Folha com representantes locais das candidaturas a presidente da República e governador do Estado. Com a participação dos presentes, foram sorteadas as datas para publicação das entrevistas, no esforço democrático de expor as eventuais contradições e, sobretudo, as propostas de cada candidato. A todos foi comunicado que ausência de respostas, por parte dos candidatos a governador, implicaria na publicação das perguntas. O presidente municipal do PRP, Vinícius Madureira, participou da reunião e do sorteio. E a data da publicação da entrevista do seu candidato a governador, Anthony Garotinho, foi sorteada para esta sexta-feira (24). Nessa quinta-feira (23), porém, no lugar de responder às 15 perguntas enviadas, Garotinho encaminhou por sua assessoria uma mesma afirmação de duas frases, tratando da sua litigância contra a Folha. Sem as respostas, que você, leitor, conheça as perguntas.
Folha da Manhã – O Ministério Público Eleitoral (MPE) pediu sua inelegibilidade, baseado em sua condenação em segunda instância pelo desvio de R$ 234,4 milhões da Saúde em 2005 e 2006, quando era secretário do governo Rosinha. Ao manifestar-se sobre o pedido, o senhor já sinaliza recursos ao TSE e STF. Concorrer sub judice não traz insegurança ao eleitor?
Anthony Garotinho – (O candidato não respondeu à pergunta, se limitando à sua litigância contra o jornal)
Folha – O senhor diz que é vítima de uma perseguição “político-jurídica-midiática” que estaria por trás das operações Chequinho e Caixa d’Água. Porém, muito antes delas, o senhor já foi condenado na Segurança Pública S/A e, agora, na “Pecado Capital”. É possível creditar perseguição a tudo isso?
Garotinho – (O candidato não respondeu à pergunta, se limitando à sua litigância contra o jornal)
Folha – O senhor cita que grande parte da “perseguição” da qual se diz vítima seria provocada pelo grupo do MDB, que tem presos seus caciques. Não parece ilógico que, no lugar de tentarem se livrar, eles queiram prender o senhor?
Garotinho – (O candidato não respondeu à pergunta, se limitando à sua litigância contra o jornal)
Folha – Antes da divulgação, o senhor chamou a delação do doleiro Lúcio Funaro como “uma das maiores bombas atômicas já disparadas sobre a República”. Mas Funaro afirmou que o senhor participava de um esquema de desvio de dinheiro. Com seu nome citado, passou a afirmar que a delação é “seletiva”. As denúncias são inverídicas somente quando o atingem?
Garotinho – (O candidato não respondeu à pergunta, se limitando à sua litigância contra o jornal)
Folha – Recentemente, em entrevista ao site Conjur, o senhor afirmou que “a Justiça do Rio de Janeiro precisa com urgência de uma intervenção do Conselho Nacional de Justiça”. Caso seja eleito, o senhor pretende atuar, de alguma forma, junto ao CNJ para que faça esta intervenção no Judiciário do Estado?
Garotinho – (O candidato não respondeu à pergunta, se limitando à sua litigância contra o jornal)
Folha – Dias depois de sua entrevista, o CNJ rejeitou sua representação contra o juiz Glaucenir de Oliveira, que determinou sua prisão nas ocasiões da Chequinho e Caixa d’Água, o senhor afirmou que “prevaleceu o corporativismo”. Afinal, o CNJ teria imparcialidade para uma “intervenção” ou também é seletivo?
Garotinho – (O candidato não respondeu à pergunta, se limitando à sua litigância contra o jornal)
Folha – Outra “bomba” alardeada pelo senhor, no caso Chequinho foi a divulgação no SBT, em 30 de abril, de depoimento da ex-delegada da Polícia Federal de Campos, Carla Dolinski, sobre supostos abusos na condução da investigação. O advogado de defesa dela é o mesmo do seu: Carlos Fernando dos Santos Azeredo. Coincidência?
Garotinho – (O candidato não respondeu à pergunta, se limitando à sua litigância contra o jornal)
Folha – O senhor se vangloria por ter divulgado fotos em que Sérgio Cabral e seu secretariado apareciam dançando com guardanapos na cabeça em Paris, ao lado do empreiteiro Fernando Cavendish. Mas nunca divulgou a imagem de outro relevante empresário presente ao evento parisiense: Benedicto Junior, ex-presidente da Odebrecht Infraestrutura, e que assinou o contrato do Morar Feliz com a Prefeitura de Campos. Por que ele foi poupado da divulgação?
Garotinho – (O candidato não respondeu à pergunta, se limitando à sua litigância contra o jornal)
Folha – A Segurança Pública, sob intervenção militar do governo federal, é hoje um dos principais problemas do Estado do Rio. Na segunda, dois militares foram mortos em troca de tiros. E os assassinos da vereadora Marielle Franco (Psol) e do motorista Anderson Gomes ainda estão soltos. Há solução? Como?
Garotinho – (O candidato não respondeu à pergunta, se limitando à sua litigância contra o jornal)
Folha – Além da violência, o Estado do Rio vive também um quadro de insolvência financeira. O senhor já disse ser contra os termos do regime de recuperação fiscal firmado entre os governos Temer e Pezão. O que propõe?
Garotinho – (O candidato não respondeu à pergunta, se limitando à sua litigância contra o jornal)
Folha – A face mais cruel da falência financeira do Estado se dá sobre os servidores ativos e inativos. Qual o seu compromisso em honrar esses vencimentos?
Garotinho – (O candidato não respondeu à pergunta, se limitando à sua litigância contra o jornal)
Folha – Outra face do caos financeiro se dá sobre o abandono da Uenf e do Colégio Agrícola Antônio Sarlo. No debate da Band, quando perguntados sobre a Uerj, apenas o senhor, Eduardo Paes e Tarcísio Motta lembraram que a Uenf existe. O que pretende fazer para que a mais importante instituição de ensino superior da região continue a existir?
Garotinho – (O candidato não respondeu à pergunta, se limitando à sua litigância contra o jornal)
Folha – O senhor sempre fala em reativar o setor naval do Estado. Como isso se encaixa com o Porto do Açu, na questão do desenvolvimento específico do Norte Fluminense?
Garotinho – (O candidato não respondeu à pergunta, se limitando à sua litigância contra o jornal)
Folha – Com sua foz em Atafona assoreada, o rio Paraíba do Sul sofre bastante em tempo de estiagem. Há registro de língua salina já em Barcelos. Em seu primeiro mandato como prefeito de Campos, o senhor já falava em captação d’água em Lagoa de Cima. Há vida para Campos sem o rio que a formou? Como recuperá-lo?
Garotinho – (O candidato não respondeu à pergunta, se limitando à sua litigância contra o jornal)
Folha – O que Campos, Norte e Noroeste Fluminense devem esperar de Garotinho governador?
Garotinho – (O candidato não respondeu à pergunta, se limitando à sua litigância contra o jornal)