Um novo trecho da delação de Carlos Miranda, o operador financeiro do ex-governador Sérgio Cabral (MDB), revela lista de 40 políticos do Rio de Janeiro cujas campanhas, segundo ele, teriam sido financiadas por caixa dois. Entre os citados estão o atual governador Luiz Fernando Pezão (MDB), e o ex-prefeito do Rio, Eduardo Paes (DEM), apontado pelo delator por pedir dinheiro a empreiteiras para Cabral e campanhas do MDB no estado. O delator, porém, não apresentou datas.
Também há deputados da região, como João Peixoto (DC) e Christino Áureo (PP). A assessoria do deputado João Peixoto nega qualquer tipo de irregularidade e afirma que todas as doações recebidas em suas campanhas foram feitas dentro da lei, como, aliás, são pautados seus mandatos. O deputado afirma, ainda, que não tem nem teve qualquer relação com o delator, que faz declarações mentirosas.
À imprensa, Christino informou que todas as doações para quaisquer de suas campanhas foram feitas de forma oficial e constam das suas prestações de contas. Ele afirmou também que não conhece Carlos Miranda, cujas “declarações são falsas, sem qualquer credibilidade”.
Paes negou as acusações e disse que nunca solicitou recursos para a campanha de Pezão e nunca conversou com o delator. Disse ainda que em diversas frentes de investigação na Justiça, todos os colaboradores, de diferentes empreiteiras, reafirmaram, enfaticamente, que ele não ofereceu contrapartida de qualquer natureza, a quem quer que seja, e que não recebeu benefícios pessoais e nem praticou qualquer ato de corrupção. (A.N.)