Com o fim do prazo das convenções partidárias, o cenário para as eleições de outubro já começa a se definir. Tão (ou mais) difícil que os acordos políticos será passar pelo crivo da Justiça Eleitoral, que promete jogar pesado contra os ficha sujas. Aliado a isto, os candidatos terão que enfrentar os brasileiros descrentes com a política. Segundo pesquisas recentes, a taxa de “não voto”, chega a 40% a 42%, a depender do cenário testado. Levantamento CNT, de maio, apontou que, sem o ex-presidente Lula na disputa ao Palácio do Planalto, os indecisos, brancos e nulos chegam a 45,7% das intenções de votos dos brasileiros. Em pontos percentuais, representa 2,5 vezes mais que a intenção de votos a Jair Bolsonaro, primeiro colocado sem Lula, com 18,3% da preferencia do eleitorado.

Para os estados, o quadro não é muito diferente e candidatos - seja ao Executivo ou Legislativo - terão um trabalho a mais na hora de disputarem os votos. No Rio de Janeiro, são dez nomes na disputa à sucessão do governador Luiz Fernando Pezão (MDB). No páreo estão várias figuras já conhecidas pela população, como o ex-governador Anthony Garotinho, que tenta pela terceira vez voltar ao cargo. Garotinho foi governador até 2002, saiu para candidatar-se à presidência da República, mas elegeu sua esposa, Rosinha a governadora. Enfrenta problemas judiciais, mas garante que está elegível e fala que é alvo de trama político-judicial. Ex-prefeito do Rio, Eduardo Paes (DEM) tentará separar sua imagem do MDB, partido pelo qual foi filiado e que tem em seus quadros lideranças envolvidas presas. O senador Romário tenta, pela primeira vez, a eleição para governador. Anteriormente, apoiou Marcelo Crivella, Índio da Costa e Pezão. Hoje, afirma que foi um erro. Índio da Costa, também candidato, perdeu o apoio que teria de Crivella, após criticar uma suposta reunião feita pelo prefeito com evangélicos. Em 2010, Índio foi vice da candidatura de José Serra à presidência da República. Há outros seis nomes, estreantes ou iniciantes na política. Confira todos eles abaixo:

O PRP oficializou, no último domingo (5), o nome de Anthony Garotinho como candidato ao Governo do Estado. Até o fechamento desta edição, o vice ainda não havia sido escolhido. Aos 58 anos, ele foi duas vezes prefeito de Campos e governador do Rio entre 1999 e 2002. Elegeu sua mulher, Rosinha e foi secretário de Segurança Pública e de Governo em sua gestão. Disputou as eleições presidenciais de 2002, sendo o terceiro colocado, com 15 milhões de votos. A coligação na eleição majoritária será composta ainda pelas legendas PRB, Pros, Patriota, PMB e PTC.

O Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU) confirmou o nome da professora Dayse Oliveira como candidata. A chapa terá Pedro Vilas-Bôas como candidato a vice. Natural da capital, ela tem 52 anos, é mestre em História pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e professora da rede pública estadual do Rio. Sua primeira tentativa por um cargo eletivo aconteceu em 2002, quando disputou a vaga de vice-presidente da República na chapa de Zé Maria (PSTU). Dayse foi candidata ao Governo do Estado pela primeira vez em 2014, quando obteve 33.442 Votos.

O Democratas (DEM) confirmou Eduardo Paes como candidato do partido.O vice-governador na chapa será o deputado estadual Comte Bittencourt (PPS). Eduardo Paes tem 48 anos e foi prefeito do Rio por dois mandatos, de 2009 a 2017. Ao deixar a Prefeitura do Rio, foi consultor no BID e vice-presidente da América Latina da China BYD, fabricante de veículos elétricos. Até o momento a candidatura do ex-prefeito Eduardo Paes conta com o apoio de 10 partidos, além do Democratas: PTB, PHS, PPS, PV, DC, PSDB, Solidariedade, Avante e MDB.

O PSD confirmou o nome do deputado federal Indio da Costa como candidato da legenda ao Governo do Estado do Rio. O candidato a vice-governador na chapa é o deputado estadual Zaqueu Teixeira (PSD). Indio da Costa tem 47 anos, é advogado e atualmente deputado federal. Ele foi candidato a prefeito do Rio nas últimas eleições e ficou em quinto lugar. No segundo turno, apoiou o atual prefeito Marcelo Crivella, de quem foi secretário de Urbanismo, Infraestrutura e Habitação. Em 2010, Indio foi vice da candidatura de José Serra à presidência da República.

O Partido Novo definiu o nome de Marcelo Trindade como candidato ao governo. A chapa contará com a professora Carmen Migueles como candidata a vice. A homologação dos nomes que representarão o Partido Novo nas eleições de outubro aconteceu no dia 24 de julho, durante a convenção estadual, na sede do partido, no Centro do Rio. Advogado e professor de Direito, Marcelo Trindade tem 53 anos e foi presidente da Comissão de Valores Mobiliários, órgão regulador do mercado de capitais, entre junho de 2004 e julho de 2007.

O Partido dos Trabalhadores (PT) confirmou a professora Márcia Tiburi como candidata da legenda ao Governo do Estado. Márcia Tiburi tem 48 anos, nasceu na cidade de Vacaria (RS) e é formada em Filosofia e Artes na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), onde concluiu mestrado e doutorado em Filosofia. Antes de se filiar ao PT, em março deste ano, Tiburi fez parte do Partido Socialismo e Liberdade (Psol), entre 2013 e 2017. Ela terá como vice, o vereador de Niterói, Leonardo Giodarno, PCdoB, seguindo a diretriz dos partidos em nível nacional.

O Partido Democrático Trabalhista (PDT) terá como candidato o deputado estadual Pedro Fernandes. Filho da vereadora Rosa Fernandes e neto do falecido deputado estadual Pedro Fernandes, ele foi o deputado estadual mais jovem a ser eleito na Alerj, com apenas 23 anos, em 2007, pelo extinto PFL. Em 2008, Pedro foi candidato a vice-prefeito da capital na chapa de Solange Amaral. Dois anos depois, já filiado ao PMDB, se reelegeu deputado com quase 70 mil votos. Pedro Fernandes já está em seu terceiro mandato na Assembleia Legislativa do Rio.

O Podemos (Pode) tem como candidato a governador do Rio de Janeiro, o senador Romário de Souza Faria. O vice-candidato da chapa será o deputado federal Marcelo Delaroli (PR). Romário tem 52 anos e é ex-jogador de futebol. Em 2010, filiado ao PSB, foi eleito deputado federal pelo Estado do Rio de Janeiro como o sexto candidato mais votado. Ele exerceu o mandato de 2011 a 2014 e, no fim do mesmo ano, foi eleito senador. Em junho do ano passado, Romário deixou o PSB para se filiar ao Podemos, antigo PTN. Concorre pela primeira vez ao Estado.

O Partido Socialismo e Liberdade (Psol) traz o nome do vereador Tarcísio Motta como candidato ao Governo do Estado do Rio. A candidata a vice-governadora na chapa é Ivanete Silva. Motta é professor licenciado do Colégio Pedro II e em 2014 também concorreu ao mesmo posto pelo partido, quando foi o quinto mais votado com mais de 700 mil votos, cerca de 9% dos válidos. Em 2016 o candidato foi o segundo mais votado para vereador da capital Fluminense. O Partido Comunista Brasileiro (PCB) também definiu apoio à candidatura de Tarcísio Motta.

O nome de Wilson Witzel foi confirmado como candidato do PSC. Ex-juiz federal, Witzel concorre pela primeira vez ao posto de governador do Estado do Rio. Seu candidato a vice será o líder do partido na Câmara Municipal do Rio, Cláudio Castro que está no primeiro mandato como vereador. Durante os 17 anos como magistrado, o candidato atuou em varas cíveis e criminais, inclusive no combate ao crime organizado. De 2014 a 2016, Wilson exerceu o cargo de presidente da Associação dos Juízes Federais do Rio de Janeiro e Espírito Santo (Ajuferjes).