O juiz Glaucenir de Oliveira será ouvido, no próximo dia 7, pelo desembargador do Tribunal de Justiça (TJ) Nagib Slaibi Filho sobre o episódio do áudio vazado, em dezembro do ano passado, onde o magistrado faz críticas ao ministro Gilmar Mendes. Então presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Mendes mandou soltar, no primeiro dia do recesso do judiciário, todos os presos da operação Caixa d’água. A liberdade dos presos havia sido negada em primeira e segunda instância e até no próprio TSE, pelo relator do caso.

O áudio, que viralizou, foi postado em grupo de juízes no WhatsApp, no qual o magistrado - que determinou as prisões do casal Garotinho e dos outros seis réus - disparou: “segundo os comentários que eu ouvi hoje – comentário sério, de gente lá de dentro – é que a mala foi grande”, supostamente se referindo à decisão de Gilmar Mendes de soltar o ex-governador.

Em outro trecho do áudio, há ainda a seguinte declaração: “Os comentários ouvidos aqui em Campos, inclusive do grupo do Bolinha... Eu tenho acesso de pessoas que sabem porque estão no meio. Estou vendendo o peixe conforme eu comprei. O que se cita no próprio grupo dele é que a quantia foi alta”.

Mendes representou contra Glaucenir, que chegou a se retratar através de carta de duas páginas endereçada “respeitosamente” a Gilmar e datada de 2 de fevereiro, Glaucenir afirmou: “Retrato-me de todo o conteúdo expresso no áudio”. E chegou a afirmar, ao concluir a carta: “Registro que em nenhum momento tive a intenção de denegrir sua honra”. Mesmo assim, as investigações contra ele continuam.