A atual situação econômica vem desafiando as famílias brasileiras. Ao encontrar dificuldades em equilibrar o orçamento, muitos acumulam contas em atraso e acabam por ingressar em cadastros de devedores. Em Campos o volume de consumidores com restrição no CPF cresceu 1,5% na comparação entre julho e o mesmo período do ano anterior. Já pelos dados da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), o volume de negativados cresceu 4,31% em todo o Brasil. Foram 63,4 milhões de pessoas com CPF restrito.
Quanto ao volume de dívidas em nome de pessoas físicas, a inadimplência avançou 1,47% na comparação anual, ou seja, de julho de 2017 a julho de 2018. Já na comparação mensal, isto é, entre junho e julho deste ano, houve uma queda de 0,82%. Os dados por setor revelam que o crescimento mais expressivo foi o das contas de serviços básicos, como água e luz, cuja alta registrada é de 7,66% na comparação anual. Em seguida aparece o número de dívidas bancárias, incluindo cartão de crédito, cheque especial, empréstimos, financiamentos e seguros, que subiu 6,90%.
Segundo a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Campos, o histórico também é de dívidas básicas (contas de água e luz), dívidas bancárias e comércio. A CDL está estudando uma forma de atrair o consumidor para negociar suas dívidas.
— Tivemos alta em consequência de vários fatores. Um deles é a crise que ainda atinge o município com falta de empregos. Se não tem emprego, não se pagam as dívidas. A CDL está estudando uma campanha para que o consumidor possa renegociar suas dívidas — informou o diretor da CDL, Nilton Miranda.
Público alvo — A maior parte dos negativados está entre o público de 30 a 49 anos, de acordo com estimativa da CNDL/SPC Brasil. Nessa faixa, o volume de devedores com CPF restrito chegou a 32 milhões em julho — mais da metade do total de inadimplentes (51%).
Outro destaque é a parcela significativa de jovens, entre 25 e 29 anos, que está inadimplente — representando 46% do total ou 8 milhões de pessoas. Já entre os que possuem idade de 18 a 24 anos, a proporção cai para 19%. Na população idosa, considerando-se a faixa etária entre 65 a 84 anos, o percentual é de 33%.
O Indicador aponta ainda que a região Sudeste apresentou a maior alta no volume de inadimplentes, cujo crescimento foi de 10,41% em julho frente ao mesmo período do ano passado. (J.R.) (A.N.)