"Instinto" no Cineclube Goitacá
Jhonattan Reis 28/08/2018 18:47 - Atualizado em 31/08/2018 13:29
Divulgação
“É muito importante a gente refletir sobre as formas como vivem os animais e como vivem os humanos, sendo que estes são racionais, mas, muitas vezes, fazem tão mal para si mesmos”. A frase foi dita pelo psicanalista, professor e dentista Luiz Fernando Sardinha, que convida a todos para uma sessão de reflexão e cultura com a exibição do longa-metragem “Instinto” (“Instinct”, 1998), do diretor Jon Turteltaub, no Cineclube Goitacá. Sardinha começará a apresentação do filme às 19h, na sala 507 do edifício Medical Center, localizado na esquina da rua Conselheiro Otaviano com a rua Treze de Maio, no Centro. A entrada é gratuita.
— O filme faz essa comparação entre a convivência entre animais e entre seres humanos. A humanidade teve muitos progressos, como a evolução da tecnologia, a curas de doenças. Porém, o ser humano quer sempre ter mais e, muitas vezes, tenta passar os outros “para trás” para conseguir isso, matando até outro humano. O animal até mata outro animal, mas para comer. Se ele está alimentado, não mata apenas por matar, como nós fazemos. Acho muito importante conversarmos sobre isso, e acho que o filme é um veículo muito bom para termos este tipo de discussão — comentou.
“Instinto” conta a história do Dr. Ethan Powell (Anthony Hopkins), um famoso antropologista, que, em uma de suas viagens, desaparece. Dois anos depois, ele é encontrado em Ruanda, em uma mata, vivendo com gorilas. Os americanos mandam resgatá-lo, mas ele, antes de ser capturado, acaba matando três homens e ferindo dois.
Com isso, o antropólogo acaba preso, apontado como doente mental e mantido em um manicômio judicial. Depois, o governo americano decide analisá-lo e, para isso, contrata o Dr. Theo Calder (Cuba Gooding Jr.), um psiquiatra que considera este caso uma oportunidade rara. Por algum motivo, o Dr. Ethan Powell não fala uma única palavra, mas, aos poucos, esta barreira é quebrada e o médico aprende muito da vida com o antropólogo, que muitos consideram louco.
— O personagem encontrou, vivendo, com os gorilas, uma paz que não tinha na vida em que ele levava antes. E o filme mostra como isso aconteceu. Então, é muito importante que todos assistam à obra e reflitam sobre o que ela tem a dizer — disse Luiz Fernando Sardinha.
O apresentador da noite relatou, também, que tem a premissa de, em suas apresentações, exibir filmes que tragam alguma mensagem relevante para as pessoas.
— Alguns dos cineclubistas que apresentamos filmes trazem obras para destacar alguma questão técnica, de roteiro, direção, atuação, etc. Eu, como sou ligado à área da psicologia, gosto bastante de trazer mensagens nesse sentido. Acho que está faltando, para nós humanos, conversarmos mais sobre os problemas psicológicos que afetam as pessoas — falou, continuando:
— Muitos psiquiatras falam, atualmente, da chamada Síndrome do Pensamento Acelerado, que faz com que as pessoas vivam de uma forma muito estressante e acabam enfrentando problemas como ansiedade, Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) e até a depressão, que leva até ao suicídio. Muita gente acaba não pensando nisso, mas é importante pensar. O filme é muito enriquecedor nesse sentido, para nos fazer refletir sobre todas estas questões.

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