Jhonattan Reis
26/08/2018 11:00 - Atualizado em 28/08/2018 13:09
Uma série de contos com histórias ocorridas em cidades por onde o escritor, advogado e professor de Direito Marcus Filgueiras já viveu ou visitou compõe o livro “Petrópolis e Outros Relatos”, que será lançado nesta segunda-feira (27), às 19h, na sede da Academia Campista de Letras (ACL), em Campos. A noite de autógrafos ainda contará com uma roda de conversas sobre a proposta de criação da obra. A ACL está localizada no Jardim São Benedito, no Centro.
De acordo com Marcus Filgueiras, as primeiras anotações que deram origem à novela intitulada “Petrópolis”, texto principal da obra, foram feitas nos últimos dias de 2008.
— “Petrópolis” começou a ser escrita em pequenas partes e depois foi tomando forma. Chegou a ser um romance de 150 páginas, mas depois virou uma novela, com tamanho menor, e que compõe o livro que lançarei nesta segunda. Também há vários contos, que abordam vários locais por onde já passei — contou ele, que explicou que em “Petrópolis e Outros Relatos”, que é sua primeira obra, ficcional, há textos escritos até 2016.
Filgueiras explicou que todos os textos que compõem o livro, lançado pela editora Autografia, têm relação, de alguma forma, com as várias cidades onde já esteve.
— Eu me julgo uma pessoa que é do mundo. Nasci em Minas Gerais (na cidade de Carangola), morei no Estado do Rio de Janeiro (em Campos, onde ele mora atualmente, e na capital), fiz meu mestrado em São Paulo, faço meu doutorado em Buenos Aires, na Argentina, morei em Montevidéu, no Uruguai, e viajei para vários países. De fato, os lugares interferiram na produção do livro. Cada lugar que passo me dá uma sensação diferente — disse o autor, que tem 50 anos e é radicado em Campos há mais de 30.
O escritor diz, também, que relutou em publicar o livro. A decisão ocorreu na cidade de Sevilla, na Espanha, durante uma conversa, através da internet, com seu amigo Bruno Lindolfo, que estava no Brasil e havia lido seus textos.
— Eu e o Bruno estávamos conversando, quando eu estava em frente ao Prado San Sebastián, em Sevilla, e ele me perguntou se eu não escrevia sobre os lugares por onde eu passava. Eu disse quem sim. Ele, então, me questionou: “mas escreve só para você? Você não publica?”. Respondi a ele o mesmo que sempre disse a todos que me perguntavam: que só escrevia para mim, pois estava buscando a minha própria linguagem. Porém, resolvi mandar, para ele, dois dos textos que havia escrito. Ele achou muito interessante e, nesse momento, eu comecei a achar que não fazia sentido ficar com tudo aquilo só para mim. Então, resolvi reunir vários dos meus textos e publicar.
Ainda sobre a busca por “sua própria linguagem”, o escritor comentou:
— Na realidade, o que eu tinha, e ainda tenho, era medo de me sentir nu, com a alma exposta. Mesmo sendo personagens de ficção, eles trazem o meu DNA, minha identidade. Porém, consegui me libertar destas amarras e levar os leitores nestas minhas viagens.
As expectativas para o lançamento são ótimas, conta Marcus Filgueiras.
— No entanto, acima de tudo, a minha expectativa é colaborar para a função da arte, que é provocar, causar. O livro está recheado de contos interessantes para isso, para cumprir a função da arte.