“É um filme realmente diferente. Ele começa de forma muito impactante e o final é melancólico”. O relato é do advogado e publicitário Gustavo Oviedo, depois de exibir a comédia dramática espanhola “Sedução” (“Belle Epoque”, 1992), do diretor Fernando Trueba, no Cineclube Goitacá, na quarta-feira (22). Antes da obra, que foi vencedora do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 1994, Oviedo apresentou a música “Nanas de la Cebolla”, que tem letra do poeta Miguel Hernández e foi musicada pelo cantor e compositor Joan Manuel Serrat.
Sobre o filme, Oviedo explicou, antes da exibição, que a história se passa na Espanha, em 1931.
— A obra está mostrando uma época — início da Segunda República Espanhola, período entre os anos 1931 e 1939, quando o país estava dividido politicamente e — em que se havia muita liberdade por lá — disse.
Na trama, o jovem Fernando abandona o Exército. Ele se torna amigo de Manolo, um homem mais velho que é pai de quatro jovens. Fernando, então, se encanta pelas quatro ao mesmo tempo, sendo que cada uma apresenta uma característica diferente. Clara é uma viúva recente em busca de consolo; Violeta é lésbica e só se sente atraída por ele quando vestido de mulher com roupa de baile; Rocío quer ascender socialmente, está prestes a casar com um homem rico, mas acaba não resistindo aos encantos do jovem; e Luz, a mais jovem, fica irritada e enciumada com a situação de Fernando.
Em relação à música apresentada antes da sessão, o apresentador da noite comentou:
— Esse período foi muito pródigo de grandes poetas na Espanha. Um deles foi justamente Miguel Hernández, que mostra muito bem a intensidade da literatura espanhola, sobretudo neste poema “Nanas de la Cebolla”. Ele o escreveu quando estava preso e recebeu, de sua mulher, uma carta contando que o filho tinha apenas cebola pra comer. O poema foi a resposta. Serrat colocou isso muito bem em forma de música.
Após a exibição “Sedução”, a médica Sandra Maria Teixeira dos Santos relatou: “Achei o filme bem diferente do habitual. Não poderia imaginar o final. E diferente, também, é que tudo começa de uma forma trágica, mas com uma comédia pastelão. É uma obra surpreendente”.
Oviedo comentou, ainda, que é uma comédia que tem um jeito muito peculiar. “Acho interessante a forma como a parte cômica é trabalhada. Os personagens respeitam o sentimento do outro, e isso provoca situações muito engraçadas, como a parte do amante, que fica triste porque a mulher faz sexo com o marido. Acontecem muitas situações que, na verdade, deveriam acontecer do avesso”. (J.H.R.)