O MDB do Rio de Janeiro foi sacudido por diversos escândalos de corrupção nos últimos anos que atingiram dois dos principais caciques da legenda no estado, o ex-governador Sérgio Cabral, condenado a mais de 100 anos de prisão na Lava Jato, e o presidente afastado da Assembleia Legislativa (Alerj), Jorge Picciani, que cumpre prisão domiciliar. Mesmo assim, o partido cogitou lançar um nome próprio à sucessão do governador Luiz Fernando Pezão (MDB), desgastado também com a crise financeira que atingiu o governo. No entanto, a coluna Informe, do jornal O Dia, publicou nesta terça-feira que o MDB decidiu apoiar a pré-candidatura do ex-prefeito do Rio, Eduardo Paes (DEM).

Paes era cogitado como nome natural do MDB para a corrida ao Palácio Guanabara, mas, com a imagem arranhada do partido, decidiu voar para o ninho do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM) em abril.

Desde que mudou de sigla, no entanto, Paes vem evitado o confronto público com o MDB, estratégia adotada por praticamente todos os demais postulantes ao cargo. De acordo com O Dia, os emedebistas chegaram a pleitear uma candidatura ao senado na coligação, mas, segundo o presidente estadual do MDB, o deputado federal Leonardo Picciani, em entrevista ao O Dia, o foco será eleger bancadas fortes para deputado, tanto estadual como federal.

Paes ainda não assumiu publicamente que é candidato, mas já escolheu o seu novo marqueteiro, o baiano Maurício Carvalho, que assessorou o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha (PT) na eleição ao governo de São Paulo em 2014. A convenção do DEM está marcada para o próximo domingo, no Rio.

No último dia 3 de julho, o jornal O Globo informou que Pezão, em encontro com Maia, teria dito que “não tem como o MDB não apoiar Eduardo Paes”. No entanto, o governador teria falado também que não participaria da campanha porque seu governo, impopular, “não elegeria ninguém”.