O ex-governador e pré-candidato Anthony Garotinho (PRP) não terá apoio da máquina pública na sua terra natal, Campos, depois da derrota ainda no primeiro turno do candidato apoiado por ele em 2016, Dr. Chicão, para o atual prefeito Rafael Diniz (PPS). No entanto, um dia antes do início da data para as convenções partidárias, nessa quinta-feira (19), o jogo político por alianças na corrida ao Governo do Estado teve uma reviravolta e Garotinho iniciou conversas por um importante aliado: o PRB do prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella. O partido desembarcou da pré-candidatura do deputado federal e ex-secretário municipal Indio da Costa (PSD) e agora pode estar próximo de trocar alianças novamente com o político da Lapa. A informação foi publicada pelo jornal O Dia e confirmada pelo jornalista Arnaldo Neto em seu blog hospedado na Folha 1. Além do partido de Crivella, a imprensa carioca divulgou nessa quinta que Garotinho estaria negociando com o PT, o que foi negado pela executiva estadual. O ex-governador confirma a conversa.
A decisão do PRB foi comunicada na noite da última quarta-feira pelo senador e presidente estadual do partido, Eduardo Lopes, a Indio da Costa. A gota d’água para o revés da união entre Crivella e Indio, que parecia bem encaminhada, ocorreu após as críticas feitas pelo deputado na crise provocada pela reunião secreta do prefeito com evangélicos no Palácio da Cidade.
Crivella e Garotinho já foram aliados políticos. Em 2014, após ser derrotado no primeiro turno, o político da Lapa recebeu o pastor da Universal em casa e selou o acordo. À época, Garotinho prometeu que daria vitória a Crivella em Campos no segundo turno, o que não se consolidou. Continuaram aliados na campanha, que elegeu o prefeito da capital fluminense, inclusive com o vice da chapa sendo indicado pelo PR, à época sob comando de Garotinho.
Mas nem tudo são flores no namoro político entre os dois. Como andava alinhado o apoio do PRB à candidatura de Indio, que foi secretário da gestão Crivella, a deputada federal Clarissa Garotinho, que também foi secretária na capital fluminense, deixou o PRB e foi para o Pros. Em entrevista à Folha da Manhã em agosto do ano passado, Indio chegou a falar que “a política de Garotinho é antiga”, o que gerou desconforto dentro do governo carioca à época. Contudo, nomes próximos a Indio já sabiam da possibilidade de aliança do partido do pastor da Universal com o grupo garotista.
Em nota, Garotinho disse que sua pré-candidatura tem alianças firmadas até momento com PPL, Pros e Patriotas. “Ontem (quarta-feira), o presidente do PRB trouxe ao meu conhecimento a informação de que a aliança com o pré-candidato Indio da Costa estava desfeita e que o PRB tinha interesse em abrir um diálogo com a minha pré-candidatura. Tenho também conversado com lideranças do PT. Não há, até o momento, fechamento algum de aliança com o Partidos dos Trabalhadores ou com o PRB. O que existe é um desejo de todos de derrotarmos esse grupo político liderado pelo ex-governador Sérgio Cabral, que destruiu o Estado do Rio e que, nesta eleição, será representado por Eduardo Paes”.
Também por nota, o presidente do PT no Rio, Washington Quaquá desmentiu uma aproximação com Garotinho e reafirmou a pré-candidatura da filósofa Marcia Tiburi. “Temos tido diversas conversas com o governador Garotinho e com outras forças políticas do Estado em relação ao apoio destes à candidatura do presidente Lula. (...) No mais não consideramos as fofocas típicas da imprensa”.
As assessorias de Indio da Costa e Eduardo Lopes não comentaram. (A.S.) (A.N.)