Aldir Sales
14/07/2018 15:47 - Atualizado em 17/07/2018 14:31
Com a aproximação das eleições gerais do dia 7 de outubro, o clima político começa a esquentar cada vez mais. Uma das maiores dúvidas neste período de pré-campanha é sobre quais serão os nomes que realmente estarão nas urnas no dia do pleito. Esta semana marca mais um passo importante no calendário eleitoral de 2018: na próxima sexta-feira (20), começa a contar a janela para que os partidos realizem convenções e definam quais serão os candidatos, de fato, e que vai até o dia 5 de agosto. Nada impede que o político desista de concorrer depois, mas não pode haver substituições fora das chapas.
No estado do Rio de Janeiro, pelo menos oito pré-candidatos se colocam no tabuleiro para a disputa em outubro, número que pode mudar até o dia 15 de agosto, prazo final para o registro das candidaturas. A partir de então, por exemplo, passa a ser proibido veicular propaganda política ou difundir opinião favorável ou contrária a candidato, partido, coligação, seus órgãos ou representantes nos meios de comunicação.
Com as novas regras eleitorais aprovadas pelo Congresso, no dia 16 de agosto, passa a ser permitida a realização de propaganda eleitoral, como comícios, carreatas, distribuição de material gráfico e propaganda na internet, desde que não paga, entre outras formas. Porém, continua sendo proibida a fixação de propaganda em bens públicos e particulares. Será permitido, excepcionalmente, bandeiras ao longo de vias públicas, desde que móveis e que não dificultem a passagem de pessoas e veículos; adesivo plástico em automóveis, caminhões, bicicletas, motocicletas e janelas residenciais, desde que não exceda a 0,5 m².
A propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão terá início em 31 de agosto, 37 dias antes das eleições, e término no dia 4 de outubro. O período foi reduzido de 45 para 35 dias, trazendo um desafio maior para os candidatos.
A Justiça Eleitoral terá até o dia 17 de setembro para julgar todos os pedidos de registro de candidatos. A partir de 22 de setembro, nenhum candidato poderá ser detido ou preso, salvo em flagrante delito. O mesmo vale para o eleitor a partir do dia 2 de outubro, com a exceção por sentença criminal condenatória por crime inafiançável, ou por desrespeito a salvo-conduto.
Os debates no rádio e na televisão só poderão ser realizados até 4 de outubro, quando também termina a propaganda política mediante reuniões públicas ou promoção de comícios.
O dia antes do pleito, 6 de outubro, é a data-limite para que seja feita a distribuição de material gráfico e a promoção de caminhada, carreata, passeata ou carro de som que transite pela cidade divulgando jingles ou mensagens de candidatos.
No ano passado, o Congresso aprovou uma mini reforma eleitoral que fez mudanças importantes. A mais significativas delas foi a criação de um fundo especial para financiamento de campanha, que será abastecido com recursos públicos. A estimativa é que seja de aproximadamente R$ 1,7 bilhão de reais inicialmente, que serão distribuídos entre os partidos políticos. Essa novidade vem como consequência direta do julgamento do Supremo Tribunal Federal que declarou a inconstitucionalidade do financiamento empresarial de campanha.Também possível a arrecadação de recursos por meio de “vaquinhas online”.
Fake news estão entre maiores preocupações
Um dos maiores desafios do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que será comandado pela ministra Rosa Weber durante a eleição, será o combate às notícias falsas proliferadas na internet, as chamadas fake news. Recentemente, o TSE firmou um acordo de colaboração para a manutenção de um ambiente eleitoral imune à disseminação de notícias falsas com pelo menos 28 partidos. Pelo texto do documento, os signatários “se comprometem a manter o ambiente de higidez informacional, de sorte a reprovar qualquer prática ou expediente referente à utilização de conteúdo falso no próximo pleito”, atuando como colaboradores contra a proliferação de notícias falsas.
Além disso, a Corte também fechou parcerias com Google e Facebook para prevenir e combater a disseminação das fake news nas redes sociais. Representantes do Clube Associativo dos Profissionais de Marketing Político (Camp) também vão ajudar ao TSE nesta luta.
O atual presidente da Corte, ministro Luiz Fux, comemorou a colaboração e falou que é preciso disseminar as notícias verdadeiras. “Esses acordos são de grande importância porque reforçam o que sempre digo: contra fake news, mais imprensa e mais jornalismo. Nós sempre afirmamos que, na tarefa de combate às notícias falsas, nossa fonte primária seria a imprensa brasileira”.
TRE quer Exército nas ruas do RJ em outubro
O presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), Carlos Eduardo da Rosa Passos, declarou, nessa quarta-feira, em entrevista ao jornal O Globo, que já pediu que as tropas das Forças Armadas no estado do Rio de Janeiro atuem durante as eleições deste ano, em outubro. No entanto, o desembargador ainda não declarou se existe algum planejamento de áreas prioritárias. Em 2016, as duas únicas cidades do interior que tiveram atuações do Exército nas ruas foram Campos e Macaé.
Além do interior, nos últimos pleitos municipais e gerais, o Rio de Janeiro pediu o reforço na segurança para garantir a tranquilidade dos eleitores em regiões dominadas por milicianos e traficantes. “O auxílio das tropas federais será essencial para a garantia da normalidade das eleições, tanto que já foi solicitado aos órgãos competentes. Contudo, existe um procedimento próprio a ser seguido, cujo trâmite deve ser observado”.