Presidente do TRE quer uso das Forças Armadas no estado
11/07/2018 21:41 - Atualizado em 12/07/2018 14:48
O presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), Carlos Eduardo da Rosa Passos, declarou, nesta quarta-feira, em entrevista ao jornal O Globo, que já pediu que as tropas das Forças Armadas no estado do Rio de Janeiro atuem durante as eleições deste ano, em outubro. No entanto, o desembargador ainda não declarou se existe algum planejamento de áreas prioritárias. Em 2016, as duas únicas cidades do interior que tiveram atuações do Exército nas ruas foram Campos e Macaé.
Além do interior, nos últimos pleitos municipais e gerais, o Rio de Janeiro pediu o reforço na segurança para garantir a tranquilidade dos eleitores em regiões dominadas por milicianos e traficantes. “O auxílio das tropas federais será essencial para a garantia da normalidade das eleições, tanto que já foi solicitado aos órgãos competentes. Contudo, existe um procedimento próprio a ser seguido, cujo trâmite deve ser observado. De qualquer forma, o processo já foi deflagrado e todas as medidas necessárias para garantia da higidez do processo eleitoral serão tempestivamente adotadas”, afirmou o desembargador, que comandará o tribunal durante o pleito.
Em 2016, no primeiro turno, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) autorizou o envio de tropas federais para cidades de oito estados, entre eles o Rio. Na ocasião, além de Campos, Macaé e da capital, as cidades que receberam as tropas federais foram Japeri, Queimados, Belford Roxo, Nova Iguaçu, Magé e São Gonçalo. No segundo turno, a medida também foi solicitada. Àquela altura, 14 candidatos e políticos já haviam sido assassinados na Baixada Fluminense desde 2015.
O presidente do TRE afirmou ainda que a Corte trabalha para combater a influência de milicianos e traficantes no processo eleitoral. “O combate ao crime organizado e às milícias será efetuado a partir de um regime de coalizão com outros órgãos democráticos, focado no compartilhamento de informações e no planejamento de estratégias específicas para redução de seu campo de ação”.
Outra preocupação do tribunal é com a disseminação das chamadas fake news. Por isso, o TRE já designou um juiz responsável pela fiscalização da propaganda virtual. “A disseminação das chamadas fake news e sua potencial influência no processo eleitoral são questões recentes, complexas e que demandam planejamento específico. Para combate a tais práticas, formamos um núcleo de inteligência, com apoio de profissionais especializados, servidores e magistrados. A equipe é gerenciada pelos juízes Daniel Vargas, responsável pela fiscalização da propaganda virtual em todo o estado, e Mauro Nicolau Júnior, juiz coordenador da fiscalização da propaganda no estado”. (A.N.) (A.S.)

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