Empresa de Itaperuna também alvo da PF
05/07/2018 13:20 - Atualizado em 06/07/2018 14:15
Sérgio Côrtes
Sérgio Côrtes / Divulgação
A Polícia Federal deflagrou nessa quinta-feira (4) a Operação Ressonância com o objetivo desarticular organização criminosa acusada de formar cartéis na área de saúde. Segundo a PF, as empresas fraudavam licitações no fornecimento de equipamentos médicos e materiais hospitalares para a secretaria estadual de Saúde do Rio de Janeiro e para o Instituto Nacional de Traumatologia (Into). São investigadas 37 empresas e a possibilidade de envolvimento delas em crimes de formação de cartel, corrupção, fraude em licitações, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Na capital foram cumpridos 12 mandados de prisão e 23 mandados de busca e apreensão; no munícipio de Rio Bonito/RJ foi cumprido 1 mandado de busca e apreensão; e em Itaperuna, na região Noroeste, foi cumprido um mandado de busca e apreensão dentro de uma distribuidora de próteses e medicamentos.
A ação ocorre como desdobramento da Operação Fatura Exposta, deflagrada pela força-tarefa da Lava Jato no Rio em abril do ano passado. As investigações são em conjunto com o Ministério Público Federal no Rio de Janeiro (MPF). O apartamento do ex-secretário de Saúde do Rio Sérgio Côrtes, na Lagoa (zona sul da cidade), foi alvo de um dos mandados de busca e apreensão, expedidos pela 7° Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro.
Houve, ainda, cumprimento de mandados de busca e apreensão e de prisão em outros estados. Em São Paulo, foi preso o ex-executivo da Philips e atual CEO da General Electric (GE) na América Latina, Daurio Speranzini Jr. A prisão ocorreu por causa da atuação dele na Philips. Todos os detidos seriam transferidos para o Rio. Também teve ações em Minas Gerais e no Distrito Federal.
Segundo as investigações, os conglomerados atraíram empresas fornecedoras e formaram cartel para direcionar as compras de equipamentos médicos. Para tal, agiam para manter a direção no Into. O empresário Miguel Iskin, preso na primeira fase e solto meses depois pelo ministro do Supremo Tribunal Fedetal (STF), Gilmar Mendes, foi um dos alvos.
A Fatura Exposta identificou esquema de corrupção na área da saúde pública do Rio. Na ocasião, a operação levou à prisão além de Côrtes, os empresários Miguel Iskin, presidente da Oscar Iskin, e seu sócio Gustavo Estellita Cavalcanti Pessoa – e que também seriam alvos da operação de hoje.
Também subsidiam a operação, informações e material colhidos em inquéritos anteriormente instaurados pela Polícia Federal sobre o assunto, bem como elementos colhidos em processos administrativos do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e que aponta, segundo a nota divulgada pela PF, “para o envolvimento de uma grande empresa do ramo de fornecimento de materiais e equipamentos médicos no sentido de manter sob influência a diretoria do Into”. Apenas um mandado não foi cumprido nessa quarta-feira. (A.N.)

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