Para lembrar os 40 anos de fundação do Movimento Negro Unificado (MNU), a Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos de São João da Barra, por meio da coordenadoria de Igualdade Racial e Diversidade Religiosa, desenvolveu, na última quarta-feira, atividades de enfrentamento ao racismo e promoção da equidade sócio racial.
“Besouro - da capoeira, nasce um herói”, direcionou o debate, proporcionando aos alunos das escolas públicas e particulares, além de pessoas da comunidade, uma reflexão sobre a história do filme, que trata da perseguição das expressões culturais após a abolição e como o negro atuou para driblar essa situação.
“A orientação da prefeita Carla Machado é incentivar esse tipo de discussão para que os alunos e a comunidade possam propor e participar das políticas públicas de promoção da igualdade racial. Com essa participação popular, o município ganha força para integrar o Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Sinapir), onde são abertos vários Editais de fomento à discussão racial”, explicou o secretário de Assistência Social e Direitos Humanos, Alex Caetano.
O coordenador estadual de Formação Política do MNU/RJ, Gilberto Totinho, ressaltou que essas atividades lúdicas e recreativas de teor educativo são medidas preventivas para que as pessoas não pratiquem nem sofram a violência do racismo. “Caso isso ocorra, são propostas, também, as medidas curatórias, que são os encaminhamentos para os órgãos competentes do município”, disse Totinho.
“Esse tipo de evento acontece porque o racismo é um fato. E como fato precisa ser compreendido. Por isso, existe a nossa preocupação com a parte educativa das atividades”, completou a coordenadora estadual da Juventude do MNU/RJ, Manuelli Ramos, acrescentando que não adianta apenas criminalizar o racismo, é preciso criar ações de respeito à pluralidade, e dar instrumentos para construção da identidade.
A aluna do oitavo ano da Escola Municipal Domingos Fernandes da Costa, Maryana Feydit, residente em Atafona, foi uma das alunas participantes das discussões. “Atualmente os conceitos básicos de respeito estão se perdendo. Estamos tão avançados de um lado e tão conservador do outro...”, debateu Maryana, referindo-se às desigualdades raciais que persistem até os dias de hoje.
Na oportunidade aconteceu, ainda, um breve relato da história do Movimento Negro Unificado, iniciado no Brasil em junho de 1978, quando o primeiro ato público aconteceu nas escadarias do Teatro Municipal, em São Paulo.
Os coordenadores municipais de Direitos Humanos de São João da Barra, Cristiane Monteiro Riscado, e de Comunidades Tradicionais do MNU/Campos, D’Alessandro Chagas, participaram das atividades.