Guilherme Belido Escreve - Página completa cinco anos ininterruptos na Folha
Guilherme Belido 21/07/2018 18:43 - Atualizado em 23/07/2018 14:19
Neste mês de julho, a página ‘Guilherme Belido Escreve’ completou cinco anos na Folha da Manhã, – motivo de orgulho e satisfação para o titular.
Em se tratando de jornal, diria que tempo, em sentido figurado, é algo ‘minimalista’. Órgãos de imprensa, não raro, chegam a século acompanhados de seus principais conteúdos, quer sejam cadernos, páginas assinadas, colunas e sessões. Logo, cinco anos é de modesta e inexpressiva longevidade.
Contudo, cabe a ressalva de que este curto período foi de ininterrupta publicação: não deixou de sair uma única semana, não ‘saiu’ de férias nem foi assinada por interino.
A diversidade dos assuntos tem sido a marca do espaço, com predominância para o tema político. Não obstante, incursiona por entrevistas, fatos históricos, crônicas, futebol, economia, cinema, turismo, personalidades, dia-a-dia, etc., – seja com reportagens que buscam interpretar e esgotar determinado assunto, seja no texto puramente noticioso que figure como destaque do momento.
Quase ao acaso, encontrei entrevista intitulada ‘Folha aberta a Guilherme Belido’, de 07 de julho de 2013, anunciando a página que passaria a assinar. Num certo trecho, digo que esperava abrir um espaço na atividade comercial para em breve ter condições de ampliar minha despretensiosa participação no jornalismo para além de semanal.
Ora! Parece que foi ontem, mas passaram-se cinco anos sem que tenha alcançado o objetivo de escrever mais que apenas uma página, e ainda assim à distância – sem contato frequente com redação.
O inconformismo não é de todo absurdo, face à contraposição de quem ainda muito jovem e que pelas circunstâncias de então acostumou-se a produzir, em média, mais de uma página/dia paralelo a outras tarefas cumpridas no entorno da atividade jornalística.
Refiro-me onde comecei, no extinto A Cidade, por mais de 40 anos dirigido pelo jornalista Vivaldo Belido de Almeida. Veículo eminentemente popular, por quase duas décadas foi imbatível na venda avulsa. Era um jornal feio, de diagramação desorganizada e impressão irregular. Enfim, era mau padronizado e vivia oscilando entre altos e baixos. Mas, com ‘cheiro’ de povo – muito combativo e de forte apelo nas editorias de Polícia, Política e Futebol – vendia feito água.
Não alcancei sua ‘bagunçada’ fase áurea – anos 1960. Cheguei em meados da década seguinte, época em que já perdia força e seguiu encolhendo até a 2ª metade dos anos de 80, quando Vivaldo Belido fez com que A Cidade fosse o segundo jornal do Norte Fluminense a implantar o sistema Offset, depois do pioneirismo da Folha. Nesta fase, livrou-se da bagunça, mas não recuperou a forte circulação de outrora. Depois de mais de 60 anos de publicação ininterrupta, foi vendido e definhou nas bancas nos anos seguintes, até fechar.
Peguei um atalho e quase me perco. Melhor dizendo, me perdi. Mas, voltando aos cinco anos da página e à tal entrevista, enfatizo o agradecimento à Folha que me honrou com uma página inteira – acho que (ainda) a única da imprensa da região fora da categoria de coluna social.
Da mesma forma, pelo privilégio – registrado na oportunidade – de ter sido o único articulista da edição de aniversário dos 35 anos da Folha, cujo texto enfatizei, sem favor algum, o perfil visionário e transformador de seu fundador, o jornalista Aluysio Cardoso Barbosa. Acrescento, agora, outra honraria: o de ter escrito e produzido, da primeira à última página, o caderno que assinalou os 39 anos do jornal.
Generosamente definido, então, como um generalista do ramo e conhecedor dos meandros de várias áreas... e, numa referência mais que exagerada de Murilo Dieguez, em seu ‘Comentários’, como “nome e sobrenome que são referências no jornalismo campista (...) e “reconhecido como um jornalista completo... que conhece a atividade de frente e verso...” só me cabe ratificar os agradecimentos pelas imerecidas observações e dizer, cinco anos depois, que continuo buscando brecha para me reaproximar da atividade na qual me criei e fiz modestíssima carreira.
No mais, meu agradecimento especial ao leitor – meu empregador – renovando os protestos de tentar compensar a falta de brilho com empenho; de escrever com honestidade e no interesse superior do público, seguro e confiante de que não tenho o direito de me valer do ofício para agradar aliados ou lançar críticas a desafeiçoados. Aliás, não os tenho e tampouco me vejo com importância para ser considerado aliado ou desafeto de quem quer que seja.

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