Virna Alencar
19/07/2018 18:03 - Atualizado em 23/07/2018 14:04
Não é novidade que o Gás Natural Veicular (GNV) é um combustível mais barato do que o etanol e a gasolina. Mas, alguns cuidados devem ser tomados para que a economia não se converta em acidentes graves. Na última terça-feria (17), um carro Honda Civic de cor prata explodiu enquanto era abastecido com GNV, em um posto de combustíveis localizado na rodovia Amaral Peixoto, no bairro Mirante da Lagoa, em Macaé. Um frentista ficou ferido. O automóvel teve a parte traseira destruída e o teto arrancado.
Uma equipe do Corpo de Bombeiros socorreu a vítima e a levou para o Hospital Público de Macaé (HPM). O dono do automóvel estava distante do veículo no momento em que houve a explosão. O caso chamou a atenção de pedestres e motoristas que passavam pelo local.
A funcionária de uma empresa especializada em instalação de GNV, em Campos, Daisy Bittencourt sugeriu que os cuidados comecem desde a escolha do local onde será feito o serviço, que precisa ser devidamente legalizado pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). “Existem alguns estabelecimentos clandestinos na cidade e o cliente, leigo, atraído pelo preço, abre mão da qualidade e da segurança. A empresa homologada pelo Inmetro é vistoriada a cada seis meses, a fim de se averiguar se os equipamentos estão apitos a comércio e dentro da validade, por exemplo. O cliente também deve exigir da empresa a nota fiscal eletrônica da instalação do GNV, já que é uma exigência do Detran e do órgão de inspeção. Estabelecimentos clandestinos emitem essa nota manuscrita, o que não é mais aceito”, orientou.
Durante as inspeções, que acontecem anualmente, o diretor Marcelo Faria informou que o veículo é avaliado por completo, desde o freio, suspensão, alinhamento e emissão de gás. “Caso o proprietário atenda as exigências legais, será emitido o Certificado de Segurança Veicular (CSV) para posteriormente se legalizar junto ao Detran. Caso contrário, ele tem 30 dias para voltar e realizar nova vistoria”, explicou.
Na hora de abastecer o veículo com GNV também é preciso atenção redobrada, na medida em que não deve ultrapassar 220 kgf/cm2. Acima disso, podem ocorrer problemas como vazamentos no sistema, diminuir a vida útil do kit-gás, bem como provocar sérios acidentes.
Mesmo diante de tantos riscos, há quem não deixe de abastecer o veículo com este combustível. É o caso do motorista Felipe Ramos de Souza, de 34 anos, que trabalha com uma rede de aplicativo na cidade. “Seria inviável trabalhar no combustível líquido. Comparado ao GNV, a economia é entorno de 50%, fora a vantagem no Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA). Isso se torna atrativo para mim que rodo bastante na cidade”, disse.