Familiares e amigos dão último adeus ao jornalista Joca Muylaert
Virna Alencar e Aluysio Abreu Barbosa 18/07/2018 16:44 - Atualizado em 19/07/2018 13:41
Familiares e amigos se despediram do jornalista Jorge Luís Muylaert, o Joca, na tarde desta quarta-feira (18). No velório e sepultamento, que aconteceram no cemitério Campo da Paz, estiveram presentes diversas autoridades, como o prefeito Rafael Diniz, a vice-prefeita Conceição Sant’anna, além de secretários e vereadores municipais, jornalistas e pessoas ligadas ao segmento cultural da cidade. Joca estava internado no Instituto Nacional do Câncer (Inca), no Rio de Janeiro, desde 28 de janeiro, para tratamento de leucemia. Devido a complicações pulmonares e renais, ele foi transferido para o CTI do hospital, onde estava desde sexta (13), e faleceu, aos 60 anos, na tarde de terça (17).
Joca era bastante conhecido na cidade não apenas como jornalista, ofício que exercia muito antes de se formar na Faculdade de Filosofia, em 2002. Como militante político, a partir da reabertura democrática no Brasil, ele foi um dos fundadores do PSDB de Campos, no final dos anos 1980. Depois, comandou durante alguns anos o PV no município e foi coordenador do partido na região.

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Com militância ativa também no cenário cultural da cidade, Joca venceu como poeta uma edição do FestCampos de Poesia Falada. Ele também foi diretor da Casa de Cultura Villa Maria, nos anos 1990, ainda no processo de implantação e consolidação da Uenf. Ciente das questões de diversidade que só se tornariam pautas da moda alguns anos depois, um dos destaques da sua administração foi a instalação do Centro de Referência da Cultura Afro-Brasileira (CCAB) na Villa.
Como autor, Joca publicou um único livro: “O Beija Flor Amigo”, lançado em 2002. Pai amoroso de meia dúzia de filhos, dedicou a obra à literatura infantil. No governo Alexandre Mocaiber, ele foi ainda diretor da Biblioteca de Campos durante a gestão da produtora Luciana Portinho na Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima (FCJOL).
Um de seus filhos, o psicólogo Hans Muylaert, lembrou do pai com orgulho. “Nesse momento só tenho a agradecer àqueles que estiveram presentes no último adeus, isso demonstra o orgulho pelo o que ele fez. Só tenho a agradecer”, disse.
O prefeito Rafael Diniz ressaltou a admiração pela figura de Joca. “Vai deixar muita saudade, além da admiração por toda a história dele no campo jornalístico, político, cultural, era uma referência como ser humano para mim. Era amigo da minha família, um grande amigo do meu pai e tenho certeza de que eles estão se encontrando agora lá no céu. Dedico todo o meu amor, admiração, respeito e sentimento à família”, afirmou.
A superintendente da Igualdade Racial, Lúcia Santos destacou que Joca foi uma pessoa que sempre se preocupou com a promoção da política cultural em Campos. “Quando deixei o Rio, tive o Joca como um grande parceiro, um cara que compreendeu o que estava propondo para essa cidade. Me lembro quando ele me levou para ser professora de teatro na Uenf. Dalí nos identificamos enquanto agentes culturais e tivemos um bom tempo de trabalhos e parcerias. É o que costumo dizer: ‘quem tem memória não morre’”, disse.
Já o presidente da Associação de Imprensa Campista (AIC), Wellington Cordeiro contou que tem as melhoras lembranças de Joca enquanto diretor da Casa Vila Maria. “Ele foi sem dúvida o melhor gestor. Depois, trabalhei com ele no Jornal da Cidade, ainda no início da minha carreira. A escrita está muito impregnada ao estilo jornalístico político, mas descobri que ele já assinou uma coluna infantil num jornal de Campos. O município como um todo perde. Até a vida noturna perde com o falecimento desse cara”, lamentou.
  • Sepultamento aconteceu no Campo da Paz

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