Criado com a missão de desenvolver reflexões e discutir processos e procedimentos participativos com a sociedade campista, o Conselho Municipal para o Desenvolvimento Sustentável (Comudes), lançado em 2011 na gestão Rosinha Garotinho, não se reúne há pelo menos quatro anos. No site da prefeitura de Campos, a última notícia relacionada à reunião é do dia 28 de novembro de 2014, ainda no governo Rosinha. A Prefeitura de Campos, através da secretaria de Governo, explicou que, apesar do Comudes formalmente existir, em gestões anteriores houve reformas administrativas sem a devida atualização da lei do conselho, o que na prática, torna inviável a sua execução na forma a qual se encontra atualmente.

Para o gerente regional da Firjan, Luiz Mario Concebida, o Comudes parou de se reunir porque virou centro de assuntos da Prefeitura.

— Acabou o interesse quando você chegava a uma reunião para apresentar coisas que a Prefeitura queria e não que a sociedade queria. Quando você tinha oportunidade de falar, a reunião já estava terminando. Marcava para as 9h e nunca começava, mas tinha que acabar 12h. Então foi um conselho com a iniciativa bonita, mas que não funcionou porque não pode fazer um negócio desse só para discutir a questão da Prefeitura. Se era um conselho de desenvolvimento, era para discutir as coisas do município — disse.

Segundo a lei promulgada em março de 2011, são membros permanentes do Comudes o prefeito, o vice, o presidente da Câmara de Vereadores, o procurador-geral do município e os parlamentares estaduais e federais com domicílio eleitoral em Campos. O Fórum Campista para Desenvolvimento Sustentável também conta com a participação de até 35 entidades ou instituições de base. Entre as associações que sempre estavam nas reuniões, representantes da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL), Associação Comercial e Industrial de Campos (Acic), entre outras.

Em nota, a Prefeitura de Campos afirma que a gestão busca formas de diálogo amplo com setores da sociedade entre associações de bairro, através de seus diversificados conselhos municipais, além de participações da sociedade, como um todo, em áreas que nunca antes aconteceram, como no ano passado, com as 25 audiências distritais sobre o Orçamento Participativo para a elaboração do Plano Plurianual (PPA) 2018-2021. E mais um ciclo se inicia em 2018 com outros locais (inicialmente seis), onde se discutirá novamente, junto à população, as prioridades na aplicação dos recursos nas diversas áreas de atuação da gestão municipal. Contudo, se do ponto de vista prático, o Comudes não poderia ser efetivado, pois existem órgãos que já possuem nomenclaturas e atribuições diferentes, em virtude destas reformas administrativas, a Prefeitura, como um todo, se utiliza de ferramentas para que o processo participativo alcance maiores proporções, não somente na convocação da população, mas indo ao encontro da mesma para diálogos cada vez mais próximos.