Duelo de craques nas semifinais
Aluysio Abreu Barbosa 09/07/2018 23:02 - Atualizado em 11/07/2018 17:51
Final antecipada da Copa da Rússia? Se é arriscado afirmar, uma coisa é certa: quem vencer a semifinal desta terça-feira, entre os vizinhos França e Bélgica, entrará em campo como favorito para disputar a final no domingo. A promessa é de jogão. Dentro de campo, algumas novidades: o meia Matuidi, suspenso no jogo contra o Uruguai, deve voltar ao time à seleção francesa. Entre os belgas, sem o lateral-direito Meunier, que levou o segundo amarelo contra o Brasil, o zagueiro Alderweireld pode ser adaptado na posição. As escalações só serão confirmadas antes do jogo. O mais inusitado, todavia, estará no banco.
 
 
Assistente de Roberto Martínez, técnico espanhol da Bélgica, o ex-atacante Thierry Henry é um ídolo do futebol francês. Após cobrança de falta de Zinédine Zidane, foi com o gol dele que a seleção francesa eliminou o Brasil nas quartas de final da Copa de 2006. Hoje, Henry é encarregado de treinar o temido ataque belga De Bruyne, Hazard e Lulaku — responsável pela mais recente eliminação brasileira — contra a França que defendeu.
Em 1998, Henry era um jovem reserva, quando a França ganhou a Copa do Mundo dentro de Paris, na final contra o Brasil. Como volante, Didier Deschamps era titular daquela equipe. Após ser muito criticado, até pela imprensa do seu país, por não conseguir fazer um grande time do grupo de jogadores técnicos, fortes e jovens de que dispõe, o fato é que Deschamps treina a seleção considerada a mais consistente entre as quatro semifinalistas na Rússia.
O equilíbrio francês começa pela defesa: só levou quatro gols na Copa, assim como Inglaterra e Croácia, que disputam amanhã a outra semifinal. A liga do time se estende pelo meio de campo, com Kanté — até aqui, o melhor volante da Copa — e o elegante Pogba. Na frente, os destaques são Griezmann e o jovem craque Mbappé. Cada um marcou três gols no Mundial.
A virtude da Bélgica não é segredo: seu poderoso ataque marcou 14 gols em cinco jogos. A última seleção que chegou numa semifinal de Copa com capacidade ofensiva maior foi o Brasil de 2002, de Ronaldo Fenômeno e Rivaldo, na conquista do Penta. Embora De Bruyne, Hazard e Lukaku sejam os mais conhecidos, outros seis jogadores belgas já balançaram as redes da Rússia. Sua defesa, no entanto, já levou oito gols na competição. Apesar de ter se mostrado firme contra o Brasil, sua composição não será a mesma, com a ausência forçada de Meunier.
No varal da tradição, a camisa da França pesa mais: disputará pela sexta fez uma semifinal de Copa, tendo chegado à final em duas (1998 e 2006). A Bélgica só chegou à semifinal uma vez, em 1986, quando sua última grande geração, de Scifo, Pffaf, Gerets e Ceulemans, foi atropelada por dois gols de Maradona. Se os belgas perderem hoje, será a primeira vez nos últimos 24 jogos. A última foi em 1º de setembro de 2016, diante da Espanha. Ironicamente, foi o mesmo dia em que, contra o Equador, Tite estreou no comando da Seleção Brasileira.

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