Teste de fogo para avançar nesta sexta-feira
Aluysio Abreu Barbosa 05/07/2018 21:00 - Atualizado em 09/07/2018 13:31
O Brasil terá às 15h desta sexta-feira, contra a Bélgica, seu primeiro teste de fogo na Copa da Rússia. E vice-versa. O vencedor já saberá seu adversário na semifinal, que será definido entre a França e o Uruguai, a partir das 11h. Ao lado dos uruguaios, o time de Tite tem a melhor defesa do Mundial, com apenas um gol sofrido. E hoje terá pela frente o melhor ataque da Copa: em quatro jogos, a decantada geração belga marcou 12 gols em quatro jogos, média de três por partida.
Nas quartas de final, os dois times poderão trazer mudanças em relação aos titulares que atuaram nas oitavas. Na Seleção Brasileira, é uma certeza. Tite nessa quinta-feira anunciou que Marcelo volta à lateral-esquerda, bem ocupada nos dois últimos jogos por Filipe Luís. Considerado o melhor do mundo na posição, o jogador do Real Madrid está curado de uma crise de lombalgia, que o tirou de campo no começo da partida contra a Sérvia. Outro jogador do clube madrilenho, Casemiro está suspenso pelo segundo cartão amarelo, na vitória de 2 a 0 sobre o México, e será substituído por Fernandinho.
Apesar de estar em melhor fase do que Gabriel Jesus, o centroavante Firmino começa do banco. Mas é opção certa no segundo tempo, se o titular não desencantar e o time precisar de gols. Outra alternativa ofensiva é o meia Douglas Costa, que entrou muito bem contra a Costa Rica e está curado da lesão muscular sofrida naquele jogo. Na Bélgica, nenhuma mudança foi confirmada, mas o técnico espanhol Roberto Martínez pode modificar a linha de três zagueiros, considerada uma das causas do sufoco tomado na virada de 3 a 2 sobre o Japão. Composta de jogadores altos, mas pesados e lentos, a manutenção dessa linha seria ideal para jogadores leves, habilidosos e rápidos, como Phillipe Coutinho, Willian, Gabriel e Neymar.
Por outro lado, se mostrou deficiências defensivas, A Bélgica tem um quarteto ofensivo tecnicamente tão bom quanto o do Brasil: Kevin De Bryne na armação, Dries Merten pela direita, Eden Hazard pela esquerda, tendo à frente Romelu Lukaku. Como os brasileiros, todos são destaques jogando por grandes clubes da Europa. Nessa quinta-feira, o centroavante belga mostrou respeito e defendeu Neymar das críticas que o craque brasileiro vem sofrendo por conta das simulações nos quatro primeiros jogos:
— Para mim, Neymar não é ator. Os adversários são mais duros com ele porque Neymar tem qualidades que não são normais. Para mim, no futuro, ele será o melhor do mundo. E estou feliz porque amanhã (hoje) vou jogar contra ele pela segunda vez na minha carreira — disse Lukaku em coletiva. Todavia, o atacante alto, forte e inteligente não deve se furtar hoje em forçar a marcação em cima dos baixos laterais brasileiros Fagner e Marcelo, para tentar o cabeceio em bolas alçadas na área. Foi através das jogadas aéreas que a Bélgica conseguiu virar o placar contra os japoneses.
Nivelados aos brasileiros na técnica com a bola rolando, os belgas podem também trazer outra novidade para tentar levar vantagem nas bolas altas: Maroune Fellaini, de 1,94m, está cotado para ganhar uma vaga de titular no meio de campo. De cabeça, ele marcou o gol de empate contra o Japão. Considerado um dos maiores jogadores da Premier League da Inglaterra e cérebro da Bélgica, De Bruyne não vem de boas apresentações na Rússia. Hoje, ele pode jogar mais próximo do ataque, como atua no Manchester City.
Pelo Brasil, sobretudo se conquistar vantagem no placar, uma alteração possível é a entrada do zagueiro Marquinhos. Como volante, seu aproveitamento no decorrer da partida foi aventado nessa quinta por Tite, em coletiva. O jogador já atuou na posição no Corinthians, então treinado pelo técnico da Seleção. E voltou a fazê-lo, quando entrou no segundo tempo contra o México.
Também nessa quinta-feira, foi anunciado que o lateral-direito Danilo, com lesão no ligamento do tornozelo esquerdo, está fora da Copa. Num time que tem seus destaques em Neymar, Philippe Coutinho e no zagueiro Thiago Silva, o Brasil entra em campo por uma sorte melhor. Na única vez que se enfrentaram em um Mundial, nas oitavas da Copa de 2002, os brasileiros venceram um jogo duro por 2 a 0. Os belgas até hoje reclamam por um gol de Marc Wilmots, anulado por falta em Roque Júnior, quando o placar ainda estava 0 a 0. Hoje, quem vencer vai encarar depois outro teste de fogo, contra França ou Uruguai, pelo direito de jogar a final.

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