Aluysio Abreu Barbosa
02/07/2018 20:09 - Atualizado em 04/07/2018 15:03
Jogadores do Paris Saint-Germain, o francês Kylian Mbappé e o uruguaio Edinson Cavani já haviam brilhado no sábado (30), quando classificaram suas seleções às quartas de final da Copa da Rússia. Companheiro dos dois no clube parisiense, nessa segunda-feira foi o dia de Neymar fazer o mesmo na vitória de 2 a 0 do Brasil sobre o México. Eleito pela Fifa como melhor jogador em campo, ele marcou o primeiro gol, em jogada que criou e concluiu, aos 6’ do da etapa final; e puxou o contra-ataque no segundo, aos 43’, marcado pelo centroavante Firmino.
Antes do jogo, o técnico colombiano do México, Juan Carlos Osorio, havia dito que jogaria de igual para igual com o Brasil. E o treinador cumpriu o que prometeu. Logo após o apito inicial, a seleção mexicana avançou a marcação ao campo defensivo brasileiro, gerando bastante dificuldade, sobretudo na saída de bola. Pela esquerda, o atacante Carlos Vela deu muito trabalho ao lateral-direito Fagner. Mas ele e toda a defesa brasileira voltaram a demonstrar solidez.
Incentivada das arquibancadas de Samara por sua efusiva torcida, a pressão mexicana incomodava, mas não foi convertida em chances de gol. Com o Brasil acuado, coube a Neymar equilibrar as ações. Aos 24’, em jogada individual pela esquerda, ele driblou o lateral-direito Edson Alvarez e bateu para a defesa do goleiro Guillermo Ochoa. Foi a fagulha que acendeu o time e a torcida brasileira, com a bola passando a rondar a área mexicana. Aos 32’, foi a vez do atacante Gabriel Jesus também testar Ochoa.
Com o jogo equilibrado no primeiro tempo, no segundo foi Neymar que pesou a balança a favor do Brasil. Logo aos 5’, diante da área mexicana, ele cortou da esquerda para o meio, levando três marcadores, que colocou fora da jogada com um toque sutil de calcanhar a Willian. Outro destaque da partida, o jovem meia entrou pela esquerda e cruzou. A bola passou por Gabriel Jesus, mas não por Neymar: Brasil 1×0. Na comemoração do gol, o camisa 10 foi erguido nos ombros pelo meia Paulinho.
O México claramente sentiu o baque. Jogador que entrou no intervalo, no lugar do veterano volante Rafa Márquez, Miguel Layún ocupou a lateral-direita com a função de marcar e provocar Neymar. Tite foi inteligente ao perceber a intenção e inverteu a posição entre seu camisa 10 e Gabriel Jesus: o primeiro passou a atuar mais pelo meio e o centroavante foi jogar na esquerda. Aos 14’, o técnico herdou um problema para o próximo jogo: o eficiente volante Casemiro levou seu segundo cartão amarelo na Copa e está fora das quartas de final.
Também mais livre com a inversão entre Neymar e Gabriel, Willian fez sua melhor exibição na Copa da Rússia. Aos 18’, em penetração pela direita, ele pedalou sobre a bola, driblou o zagueiro Carlos Salcedo e bateu para uma boa defesa de Ochoa. Aos 25’, num lance fora de campo, diante de Tite e do banco brasileiro, Layún pisou propositalmente no tornozelo de Neymar, que estava caído. Depois do jogo, o técnico Osorio chorou suas mágoas, falou em “palhaçada” e creditou o resultado do jogo à arbitragem, que não deu o cartão amarelo ao desleal jogador mexicano.
Aos 34’, para impedir o domínio de bola pelo meio de campo do México, Tite novamente voltou a intervir na partida. Ele substituiu Paulinho por Fernandinho, que reforçou a marcação no setor. Aos 40’, quem saiu de campo foi o meia Philippe Coutinho, para dar entrada ao atacante Firmino.
Quatro minutos depois, as duas mudanças de Tite foram início e fim do segundo gol brasileiro: Fernandinho lançou Neymar em contra-ataque. O camisa 10 penetrou pela esquerda e bateu a gol de biquinho de pé. Também com o pé, Ochoa desviou a bola para Firmino completar em incisão pela área: Brasil 2×0.
Encerrado o jogo, Neymar foi perguntado se essa seria a Copa de Neymar, depois que o argentino Lionel Messi e o português Cristiano Ronaldo foram eliminados nas oitavas. Ele respondeu: “Quero que essa seja a Copa do Brasil!”. Conquistada a vaga às quartas de final na próxima sexta (06), a Seleção Brasileira enfrenta a Bélgica, que não reeditou seu bom futebol da fase de grupos, mas conseguiu virar de 3 a 2 contra o Japão.
Oxalá as respostas do craque brasileiro continuem a ser dadas dentro de campo. E na bola.