A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou nesta terça-feira o reajuste de 45,52% na receita anual de geração de 69 usinas hidrelétricas que atuam no regime de cotas. A medida vai provocar aumento nas contas de luz entre 0,02% e 3,86%, segundo a Aneel. O impacto médio será de 1,54%. Uma notícia que não agradou aos consumidores.
O impacto na conta de luz depende da data do reajuste aprovado pela Aneel e da quantidade de cotas (volume de energia) que cada distribuidora compra das hidrelétricas.
Segundo a Aneel, a receita anual de geração é calculada considerando os valores do Custo da Gestão dos Ativos de Geração (GAG), acrescidos de encargos de uso e conexão, receita adicional por remuneração de investimentos em melhorias de pequeno e grande porte, investimentos em bens não reversíveis, Taxa de Fiscalização dos Serviços de Energia Elétrica, custos associados aos programas de Pesquisa e Desenvolvimento e Eficiência Energética e eventuais ajustes.
O regime de cotas foi implantado por meio da Medida Provisória nº 579, de 2012, com renovação automática das concessões de usinas hidrelétricas. Para isso, as hidrelétricas tiveram que vender energia às distribuidoras por um preço fixo, determinado pela Aneel, ao contrário de firmarem preços conforme o mercado e as realidades das instituições.
Para os consumidores não importa as cotas e sim o que se vai pagar no final do mês. Esse é o caso da aposentada Ana Lúcia Pereira. Segundo ela, os reajustes nas tarifas estão sendo maiores do que o reajuste salarial.
— Está ficando cada dia mais difícil para nós que somos aposentados. Não temos reajuste salarial e as contas sempre com aumento. Faço de tudo para economizar. Desligo a geladeira durante à noite e não passo roupa. Não sei onde vamos parar — disse. (J.R.) (A.N.)