Escritores internacionalmente conhecidos, como J.K. Rowling, Elena Ferrante, Patti Smith, Margaret Atwood, Chimamanda Ngozi Adichie, Don DeLillo, Neil Gaiman e Louis Édouard, estão entre os 46 candidatos que disputarão o Prêmio Nobel Alternativo, uma iniciativa concebida por representantes do cenário cultural depois da decisão da Academia Sueca de não entregar o Prêmio Nobel de Literatura em 2018. De acordo com informações do jornal El País, o fato ocorreu devido a escândalo de abusos sexuais que envolveram o dramaturgo Jean-Claude Arnault, vinculado à instituição através de seu clube literário e marido de uma de suas integrantes, Katarina Frostenson. O prêmio deixou de ser concedido em sete ocasiões: 1914, 1918, 1935, e entre 1940 e 43.

Segundo o El País, uma nova instituição, chamada New Academy, entregará o seu próprio prêmio em 14 de outubro, seguindo o mesmo cronograma do Nobel oficial. “Fundamos a New Academy para recordar que a literatura e a cultura, em geral, deveriam promover a democracia, a transparência, a empatia e o respeito, sem privilégios, preconceitos por arrogância ou sexismo”, disseram seus membros ao jornal britânico The Guardian, em julho do ano passado.

Entre os indicados também estão Paul Auster, Haruki Murakami e Oz Amos, embora mais de metade seja formada por mulheres. Não há escritor de língua portuguesa. O objetivo da New Academy é procurar autores que tenham contado a história “dos seres humanos no mundo”, em contraste com o Nobel, que tem a intenção de honrar o escritor que tiver produzido, nas palavras do testamento de Alfred Nobel, “a obra mais destacada em uma direção ideal”.

A New Academy lançou, na última semana, a votação pública. Os quatro autores mais populares serão submetidos ao escrutínio de um júri dirigido por Ann Pålsson (editora), Lisbeth Larsson (professora da Universidade de Gotemburgo) e Gunilla Sandín (bibliotecária). O ganhador será anunciado em outubro, o mesmo mês em que tradicionalmente se concede o Nobel. (A.N.)