Jhonattan Reis
09/07/2018 18:30 - Atualizado em 12/07/2018 14:51
“Uma experiência muito grande, num lugar com mais de 100 equipes e mais de 1.000 pessoas envolvidas”. As palavras são do estudante de Engenharia de Controle e Automação Júlio Pessanha, um dos integrantes da Goytaborgs, equipe do campus Centro do Instituto Federal Fluminense (IFF) que participou, no último fim de semana, da 14ª Edição do Winter Challenge, maior campeonato de Robótica da América Latina. Realizado no Instituto Mauá de Tecnologia, em São Caetano do Sul, São Paulo, entre sexta-feira (5) e domingo (8), o campeonato reuniu times de várias regiões do Brasil e de outros países. A Goytaborgs competiu com dois robôs: o Lamparãozinho e o Ramparão, sendo que ambos concorreram na categoria Combate. Eles foram até a repescagem da primeira fase, no sábado (7).
— Participamos na divisão de peso de até 454g da categoria Combate, sendo que são várias categorias. Fomos para competir mais seriamente com o Lamparãozinho. Não tivemos tempo hábil para terminar o projeto do Ramparão da forma como queríamos. Então, o levamos mais por uma questão de testes, e não esperávamos grandes resultados com ele. Com o Lamparãozinho, fomos eliminados, mas pelo cara que foi o campeão da categoria. Então, para a gente, não foi um resultado ruim. Muito pelo contrário. Foi um evento em que recebemos muitos elogios em relação aos nossos robôs. Foi muito proveitoso, tanto competir na primeira chave e na repescagem da Combate quanto estar presente nas outras categorias — contou Julio, que cursa o sétimo período de Controle e Automação.
Ele explicou, também, sobre como funciona a categoria Combate. São batalhas entre robôs, e há várias divisões por peso.
— A mais leve é a de até 454g, que foi a que a gente participou. Tem, também, diversas outras, como de até 1,360 kg; de até cerca de 5kg; e de até aproximadamente 13 kg. E são vários tipos de armas para cada robô: com rampa, serra horizontal, serra vertical e tambor. O Lamparãozinho é um robô que conta com um tambor, que é uma arma giratória cuja intenção é acertar o robô adversário e jogá-lo para cima. Já o Ramparão tem uma rampa, e o objetivo é ir em direção ao adversário e acertá-lo com essa rampa. Na competição, você marca ponto de acordo com a sua agressividade dentro do combate, ganhando pontos ou vencendo direto, caso faça o robô adversário parar de funcionar.
Entre as outras categorias estão: Sumô, Hockey, Seguidor de Linha, Artbot, Trekking e Futebol.
— Na Hockey, por exemplo, há um disco de hockey, dois gols e são três robôs contra três, sendo que cada pessoa controla um robô. O objetivo é pegar o disco e jogar no gol adversário — falou Júlio Pessanha, que contou que a Goytaborgs pretende participar de outras categorias nas próximas competições.
Júlio lembrou que a Goytaborgs já tinha participado de dois eventos de Robótica: o InovaIFF, em Campos, com alunos de Campos e região; e o Iron Cup, campeonato disputado em Santa Rita da Sapucaí, em Minas Gerais.
— É sempre uma evolução participar desses eventos. No Iron Cup, éramos apenas uma galera fazendo robôs. E a gente queria ter uma equipe séria, mas não tinha informações para isso, tirando o que já tinha pesquisado. Então, nessa competição, a gente pôde entender como organizar uma equipe, fez contatos e começou a fazer robôs melhores.
A palavra usada para definir a participação na 14ª Edição do Winter Challenge também foi “evolução”.
— Tinha equipes do Brasil todo e de países como México e França. A gente, como quer que a Goytaborgs cresça, se atentou muito em entender como equipes muito grandes fazem as coisas. Recebemos elogios e pegamos vários feedbacks em relação aos nossos robôs. A nossa equipe tem oito meses, e competiu com equipes que estão há 15 anos fazendo isso, sendo que pudemos ver como os robôs deles funcionam e depois conversar sobre como foram montados. É um crescimento muito grande — relatou Júlio.
Além de estudantes de Engenharia de Controle e Automação, a Goytaborgs também tem alunos das engenharias Elétrica e de Computação.
Júlio Pessanha comentou, ainda, sobre a interação entre todos na hora de montar os projetos.
— É muito legal. Por exemplo, a gente pode estar trabalhando em um robô e, enquanto o pessoal da parte de Mecânica — pois alguns da equipe também são técnicos em Mecânica — está pensando nos motores, na roda, na estrutura, o pessoal da Eletrônica está montando os fios, o que tem dentro do robô, com o objetivo de fazer a conexão. Além disso, os caras da Computação, ou de Controle e Automação que focam em software, estão vendo essa parte de software, programando para fazer essa questão funcionar. É cada um atuando numa parte e uma interação bem bacana — explicou Júlio, relatando ainda que a equipe espera que mais pessoas e grupos na região se atentem para a Robótica:
— Queremos que esta cultura de tecnologia, desenvolvimento, Robótica, seja algo presente, para que todos cresçam juntos.