A revolução dos carros autônomos ainda está por vir, e a grande maioria dos especialistas acredita que é inevitável. Entre os diversos impactos da tecnologia, está a expectativa de diminuir os congestionamentos nos grandes centros urbanos. No entanto, de acordo com uma publicação do site G1, um novo estudo feito na cidade de Boston, nos Estados Unidos, indica que a mudança afetará bairros de forma diferente, aumentando o tempo gasto para viagens no centro da cidade em 5,5% e reduzindo na periferia em 12,1%.
Na média, a duração da viagem deve diminuir apenas 4%, o que é uma queda bem menor que a esperada em outros estudos, afirma a pesquisa do Boston Consulting Group, em parceria com o Fórum Econômico Mundial.
De acordo com os especialistas, neste caso de Boston, o trânsito no centro da cidade pode piorar porque a maioria das pessoas trocará o transporte público pelo veículo autônomo em deslocamentos curtos no centro. Já na periferia, a nova modalidade deve substituir principalmente os carros particulares. Por isso, o fluxo será melhorado.
Uma das soluções seria incentivar o compartilhamento dos veículos autônomos, com preços menores para quem aceita ir com outras pessoas e maiores para quem quer ir sozinho. Neste caso, o tempo médio de deslocamento poderá cair até 15%.
Ainda segundo o estudo, a cidade poderá cortar metade das vagas de estacionamento, abrindo lugar para outras oportunidades.
Mais segurança — Mesmo com os recentes acidentes envolvendo a tecnologia autônoma, o estudo diz que a adoção de “robô-táxi” segue de forma acelerada, com cerca de 100 projetos em testes atualmente no mundo inteiro.
“Toda morte relacionada a veículos é certamente uma tragédia, mas um dos objetivos dos veículos autônomos é confrontar e diminuir o número dessas mortes.”
Os veículos autônomos devem reduzir os acidentes causados principalmente por falha humana, que são a grande maioria. Outros estudos estimam que 585 mil vidas poderão ser salvas entre 2035 e 2045.
Realidade distante? — A Waymo, empresa “irmã” do Google dentro da Alphabet, quer levar seu serviço de robô-táxi para os Estados Unidos no fim deste ano e, depois, para a Europa. A companhia está pronta para lançar seu serviço de passeio em certas áreas de Phoenix (Arizona) nos próximos meses, com planos de estrear, em seguida, o programa de maneira mais ampla.
“O mundo vive dizendo que os carros de direção automática serão lançados em breve. Estamos fazendo isso hoje em Phoenix, dirigindo sem humanos no banco da frente”, diz o chefe da Waymo, John Krafcik.
E no Brasil? — Embora tenha projetos em universidades, nenhuma fabricante ou empresa de mobilidade testa veículos autônomos por aqui. Há apenas opções de modelos com tecnologias semiautônomas. Em um ranking criado pela consultoria KPMG, o Brasil é um dos últimos quanto ao preparo para receber os carros sem motorista, o que aponta para um atraso na chegada da tecnologia. (A.N.)