Jhonattan Reis
03/07/2018 18:14 - Atualizado em 05/07/2018 14:21
O Cineclube Goitacá volta a ter uma obra dos anos 20 em sua tela nesta quarta-feira (4) à noite. O longa-metragem “O Homem Mosca” (“Safety Last”, 1923), de Fred C. Newmeyer e Sam Taylor, será exibido a partir das 19h, com entrada gratuita. A apresentação é do professor e crítico de cinema Aristides Soffiati, que, desde o ano passado, traz ao Cineclube obras da década de 20 que contribuíram para a história do cinema em vários gêneros. A sessão acontecerá na sala 507 do edifício Medical Center, localizado na esquina da rua Conselheiro Otaviano com a rua Treze de Maio, no Centro de Campos.
Soffiati contou que o objetivo é apresentar uma comédia.
— Essa época, de 1920, foi responsável pelo desenvolvimento do cinema em diversos gêneros. Sigo, nessa sequência, visando mostrar a origem do cinema até os anos 30. Ano passado, trouxe filmes de vertentes como documentário, documentário dramatizado, drama e ficção cientifica. Agora, seguindo com esse propósito, apresento uma comédia — disse ele, ressaltando que preferiu não apresentar uma obra de Charlie Chaplin.
— Chaplin é o grande comediante dessa fase inicial e, como todos podem conhecer o trabalho dele com facilidade, por sua grande fama, estou evitando apresentar uma obra dele e trazendo algo de alguém também muito relevante, mas menos conhecido, que é o Harold Lloyd. Ele foi outro grande destaque dessa época e muito importante para o desenvolvimento da comédia — explicou.
A história de “O Homem Mosca” se passa em 1922. O jovem inexperiente Harold (Harold Lloyd) tomou uma decisão: abandonar sua pequena cidade natal, no interior, e partir para a cidade grande em busca de sucesso profissional. Depois de um tempo, finalmente consegue um emprego como vendedor em uma grande loja de departamentos, sem imaginar que este seria o início de muitas aventuras e que algumas poderiam até causar a sua morte.
O apresentador da noite afirmou que Harold Lloyd é o grande destaque do filme.
— Lloyd começou sua carreira, na verdade, imitando Chaplin. Porém, era muito sem graça fazendo isso, porque ele não poderia alcançar o tipo que Chaplin criou para o personagem Carlitos, o “Vagabundo”. Então, ele criou o seu personagem de forma diferente, se caracterizando como um rapaz nerd, que usava óculos de aro redondo. Lloyd alcançou grande sucesso depois disso e fez vários filmes, sendo que as obras sempre exigiam grande controle emocional e domínio físico. Desses filmes que Lloyd fez, “O Homem Mosca” é o principal, com aquela imagem clássica dele pendurado num relógio, numa altura muito grande.
Ainda segundo Soffiati, Fred C. Newmeyer e Sam Taylor, que assinam a direção, não tiveram tanto destaque.
— Naquela época, não era tão importante ser autor e diretor. Além disso, Lloyd, na verdade, se intrometia em tudo e, com a direção, não poderia ser diferente. Ele montava as cenas, interferia no roteiro, fazia várias coisas além de atuar. Então, Lloyd é realmente o grande destaque deste filme.
Antes de “O Homem Mosca”, Soffiati apresentará um curta-metragem da dupla Laurel e Hardy, conhecida como “O Gordo e o Magro”.
— Como o filme do Lloyd tem apenas uma hora e 10 minutos, eu vou adicionar um curta d’“O Gordo e o Magro”, porque foi uma dupla que marcou época no cinema no gênero comédia, assim como Os Três Patetas, Buster Keaton e os Irmãos Marx. Era aquela comédia pastelão mesmo, típica, e será uma boa experiência assisti-la.