O ex-presidente da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio (Fetranspor), Marcelo Traça, disse em depoimento, nesta terça-feira, ao Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) que teria repassado R$ 80 milhões em propina ao presidente afastado da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), Jorge Picciani (MDB). Testemunhas e delatores também relataram o pagamento de caixa dois para campanha do ex-presidente da Alerj, Paulo Mello (MDB).
De acordo com Leandro Azevedo, ex-executivo da Odebrecht, Paulo Mello teria pedido pagamentos para campanha dele por caixa 2. O pagamento, segundo Azevedo, foi feito por intermédio de Álvaro Novis, doleiro e delator no processo da Cadeia Velha. Traça assegurou que foram feitas 40 remessas a Picciani que teriam sido entregues por intermediários. Ao todo, foram R$ 80 milhões repassados para Jorge Picciani.
Picciani e Mello foram presos na operação Cadeia Velha, um desdobramento da Lava Jato que investiga o pagamento de propinas a parlamentares da Alerj em troca de vantagens. Picciani cumpre prisão domiciliar, enquanto os outros seguem presos preventivamente. (A.N.) (A.S.)