Suzy Monteiro
06/06/2018 23:21 - Atualizado em 08/06/2018 14:01
O Instituto de Previdência dos Servidores do Município de Campos (PreviCampos) e as dificuldades herdadas do governo Rosinha, como já atestou auditorias de vários órgãos e investigação da Delegacia de Repressão à Corrupção e Crimes Financeiros e da Polícia Federal, aqueceu os debates na sessão desta quarta-feira da Câmara Municipal. O tema veio à tona durante votação de uma moção de solidariedade às reivindicações dos empregados, aposentados e pensionistas da Petrobras, no sentido de minimizarem o impacto do Plano de Equacionamento do Déficit do Plano Petros. A moção foi proposta pelo presidente do Legislativo, vereador Marcão Gomes (PR). Líder do governo, Fred Machado (PPS) destacou: “Tudo que aconteceu na Petros aconteceu na PreviCampos. E tenho muito receio que quem vá pagar esta conta seja o servidor municipal”.
A sessão foi acompanhada por aposentados e pensionistas da Petrobras, a convite do presidente Marcão. O vereador explicou que recebeu em seu gabinete um grupo que relatou que serão eles, além dos trabalhadores ativos, que estão a cobrir rombo de R$ 27,7 bilhões da Petros, o fundo de pensão da estatal. A conta pelo rombo está sendo por meio de contribuição adicional que ocorrerá durante 18 anos. A moção foi aprovada por unanimidade e o presidente informou que o documento será levado a Brasília e encaminhado à presidência da República, da Câmara dos Deputados e do Senado.
Marcão falou sobre os inúmeros problemas que o rombo na Petros está causando aos funcionários e destacou a semelhança com Campos.
— Em relação aos investimentos do PreviCampos, somente de agosto a novembro do seu último ano de mandato, a então prefeita Rosinha fez oito movimentações, que somaram a quantia milionária de quase R$ 400 milhões. O que chamou a atenção foi o fato de, logo após a derrota dos Garotinho nas eleições (de 2016), R$ 17 milhões terem sido destinados ao Marte Fornecedores FIDC Sênior, operador do Grupo Seta Atacadista — que fechou as portas poucos meses após o investimento, perdendo este valor milionário. A Operação Encilhamento, que apura fraudes na aplicação de recursos de previdência municipais em fundos de investimento com debêntures sem lastro, emitidas por empresas de fachada, está investigando a gestão de Rosinha Garotinho. E ainda cabe lembrar que o TCE reprovou as contas de Rosinha deste mesmo ano de 2016, onde essas aplicações temerárias foram realizadas – destacou.
O vice-presidente do Legislativo, vereador José Carlos (DC) destacou a importância da moção e ressaltou que a situação do PreviCampos não é muito diferente. “Campos também está neste universo de roubalheira. Meteram a mão no PreviCampos. Os funcionários inativos ainda não tiveram, mas podem ter seus vencimentos comprometidos por causa dessa roubalheira que fizeram aqui”, disse.
Já Fred Machado frisou a semelhança entre os casos da Petros e a PreviCampos. “Aqui, futuramente, irá passar pelo mesmo problema. Há um rombo orçamentário dentro da PreviCampos que é o mesmo da Petros, mudando somente os atores. Foram aplicações mal feitas, que não tiveram autorização dos servidores. O que ocorreu lá ocorreu aqui também — disse o vereador.